ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 12-3-2012.
Aos doze dias do mês de março do ano de dois mil e
doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e três minutos, foi
realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Freitas, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher,
Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, João
Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mauro Pinheiro e Paulinho Rubem
Berta. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Rubem
Berta, em tempo cedido pelo vereador Mario Manfro, e Mario Fraga. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Pedro Ruas. Em prosseguimento,
nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, pronunciou-se o
vereador Elias Vidal. Às dezesseis horas e doze minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quinze minutos.
Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Fernanda Melchionna, esta em tempo cedido pelo vereador Toni Proença,
Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, este em tempo cedido pelo vereador Waldir
Canal, e João Pancinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Nelcir Tessaro, Adeli Sell e Engenheiro Comassetto. Às dezessete horas e sete
minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 023/08 (Processo nº 0938/08), considerando-se rejeitado o Veto Total oposto,
por vinte e um votos SIM e cinco votos NÃO, após ser discutido pelo vereador
Carlos Todeschini e pela vereadora Maria Celeste e encaminhado à votação pela
vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores Alceu Brasinha, Nelcir Tessaro,
Reginaldo Pujol, Luiz Braz e João Antonio Dib, tendo votado Sim os vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João
Pancinha, José Freitas, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal e Não os vereadores Adeli Sell, Beto
Moesch, João Antonio Dib, Mario Fraga e Mauro Zacher. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 204/09 (Processo nº
4235/09), com Veto Total, o qual, após ser discutido pelos vereadores Maria
Celeste, Nelcir Tessaro, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e
Dr. Thiago Duarte, teve suspensa sua discussão em face da inexistência de
quórum deliberativo. Durante a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº
204/09, o vereador Bernardino Vendruscolo cedeu seu tempo de discussão ao
vereador Dr. Thiago Duarte. Às dezoito horas e vinte e cinco minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada
pela vereadora Maria Celeste, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do
Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 202/11, discutido pelo vereador Adeli Sell,
234/11, discutido pela vereadora Fernanda Melchionna e pelo vereador Engenheiro
Comassetto, e 016/12, discutido pelos vereadores Bernardino Vendruscolo e
Engenheiro Comassetto, e os Projetos de Lei do Executivo nos 008 e
010/12; em 2ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/12, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 020/12, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, os
Projetos de Lei do Executivo nos 001 e 005/12 e os Projetos de
Resolução nos 005 e 006/12. Durante a Sessão, os vereadores Professor Garcia,
Fernanda Melchionna, Paulinho Rubem Berta, DJ Cassiá, Sofia Cavedon, Pedro
Ruas, Haroldo de Souza e Elias Vidal manifestaram-se acerca de assuntos diversos.
Às dezoito
horas e quarenta e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher e Haroldo de Souza e
secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Esta Sessão
terá início com o Grande Expediente, passando para o período de Comunicações;
posteriormente à Ordem do Dia e, por último, à Pauta.
O Ver. Professor
Garcia está com a palavra.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Presidente, eu quero
dizer que estou profundamente chateado com o que aconteceu. Primeiro, os
Vereadores estavam aqui, nove registraram o seu voto. O Ver. Paulinho,
inclusive, estava e não registrou o seu voto; agora zerou o processo, e o que
ele queria – o direito de falar imediatamente – vai conseguir. Nós não podemos
brincar, ou a coisa é séria, ou não é! É sobre esse aspecto que quero me
posicionar.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Garcia,
cada Vereador responde pelas suas atitudes.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu só queria
registrar que eu estava inscrita em Comunicação de Líder, que precede qualquer
votação, e não fui chamada. Quero registrar meu protesto nesse sentido.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Presidente,
eu gostaria de comunicar ao Ver. Garcia que eu não registrei no painel, porque
ele não funcionou. Fui até a Mesa, comuniquei o meu voto e expus o meu
pensamento sobre a questão. Eu votei sim! O senhor me desculpe, não quero ser
taxado de omisso, porque não sou; sou um homem honesto e não aceito que
coloquem palavras na minha boca! O painel não registrou, mas eu registrei meu
voto.
O SR. DJ CASSIÁ: Presidente, só quero
registrar que eu também não consegui fazer o registro do voto. Eu estava aqui.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. DJ
Cassiá, seu voto está registrado.
Passamos ao
O Ver. Paulinho Rubem
Berta está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Mario Manfro.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, há
uma dificuldade no plenário. A Ver.ª Fernanda estava inscrita para uma
Comunicação de Líder, inclusive antes do encerramento da Sessão Ordinária. Faço
um apelo a V. Exa., porque 15 minutos são longos.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, o meu
pedido é no mesmo sentido, Excelência, porque Comunicação de Líder,
regimentalmente, precede qualquer outra comunicação, incluindo o Grande
Expediente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): V. Exa. tem
razão. Pergunto se há algum problema em o Ver. Paulinho Rubem Berta iniciar o
Grande Expediente?
O SR. PEDRO RUAS: Nós aguardamos.
Obrigado.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Quero fazer o
reconhecimento de que dois Vereadores estavam presentes: o Paulinho Rubem Berta
e o DJ Cassiá. Somando, havia 11 presentes na Sessão Ordinária que encerrei.
Obrigado.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; imprensa aqui presente; quem nos assiste de casa
e das galerias, subo nesta tribuna para tentar fazer um pouco de justiça. O
Ver. Elias Vidal colocou um adesivo na boca como se estivéssemos no período da
ditadura. Isso não é verdade. O Brasil não passa mais por esse período. Graças
a Deus que venceu e hoje todos temos o direito de expor nossos pensamentos,
desde que sejam dentro da lei. E a lei tem que ser respeitada por este
Vereador, por seus filhos, sua família, pelos cidadãos de Porto Alegre.
O Ver. Elias Vidal
tomou a atitude de assinar a CPI, e o PPS nunca disse que era contra a CPI. O
PPS disse, sim, que tinha certeza de que o episódio estava sendo muito bem
investigado pelo Ministério Público e pela Justiça, e dessa forma caminhamos.
Mas para que se chegasse a esse consenso, não foi por uma ideia isolada deste
Vereador ou do Presidente do PPS; foi uma decisão tomada com a presença do Ver.
Elias Vidal, do Presidente, dos seus militantes, da sua executiva, que fecharam
questão sobre a CPI da Saúde. Eu tenho em minhas mãos um pronunciamento, de
2009, do Ver. Elias Vidal, no qual ele afirma, taxativamente, que se reuniram
este Vereador, o Ver. Toni Proença, que se encontra aqui, e o Ver. Elias Vidal.
E os três, de comum acordo, chegaram a um consenso e fecharam questão de que
não deveriam assinar a CPI, pois entendiam que essa CPI estava sendo conduzida
da melhor maneira possível. E assim estava, pela Justiça, pelo Ministério
Público.
Quando se toma uma
atitude em conjunto, só se desfaz essa atitude em conjunto, a não ser que se
queira algo mais! A não ser que se queira ser “a bolachinha do pacote”; a não
ser que se queira ser o Zorro da história; a não ser que se queira mídia
gratuita; a não ser que se queira manchete gratuita! Agora, o Ver. Elias Vidal,
a quem eu respeito como parlamentar porque chegou aqui com os mesmos votos que
eu cheguei, representado pelos eleitores, resolveu tomar uma atitude isolada,
jogando o Partido, na imaginação dele, às feras.
E aqui vai o meu
reconhecimento à imprensa de Porto Alegre, que soube muito bem lapidar essa
história e saber que ela é apenas uma jogada eleitoreira!
O Ver. Elias Vidal
teve dois anos e meio para tomar uma atitude e não tomou, não teve a coragem e
a capacidade de vir a este microfone e dizer que ia assinar a CPI! Não teve! Só
veio aqui quando se sentiu perdido, quando sentiu que perdeu suas bases, perdeu
quem o apoiava, sabendo que tinha uma eleição praticamente perdida, que jamais
ganharia a próxima eleição, porque, para ganhar eleição, precisa trabalhar,
precisa ir à luta, precisa amassar barro!
Quando o Ver. Elias Vidal achou que este Vereador, que trabalha, que luta – em diversas vilas de Porto Alegre, e eu posso citar todas elas; qualquer jornalista pode ir lá e verificar –, não mudaria de ideia, ele ultrapassou, viu que o perigo pegou, e não teve outro jeito: correu, lutou e fez um circo. Só faltou o nariz vermelho! Botou um tampão na boca, chamou a imprensa, fez tudo o que tinha que fazer num picadeiro, só que aqui não é um picadeiro; aqui é a Casa do Povo, aqui temos que ter respeito, aqui temos que ter hombridade e capacidade para saber o momento certo e o momento errado. Quem quer voto trabalha, como todos aqui trabalham, lutam nas vilas, amassando barro, buscando isso, buscando aquilo para a comunidade.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Paulinho Rubem Berta, meu Presidente da CUTHAB, tenho maior respeito por Vossa
Excelência.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Também o
respeito, Vereador.
O Sr. Pedro Ruas: Eu, como Presidente
da CUTHAB, recebi inúmeras vezes chamados às 8, 9, 10, 11 horas da noite de V.
Exa., de vários Vereadores e do Ver. Elias Vidal.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Isso prova que
eu trabalho, Vereador.
O Sr. Pedro Ruas: Exatamente, e ele
também. Eu recebi esses pedidos. E mais: a circunstância que me parece
constrangedora é que há um Vereador – e todos nós somos Vereadores eleitos pela
Cidade – sendo massacrado pelo seu Partido, porque assinou um pedido de CPI que
interessa, no mínimo, a uma boa parte da sociedade: esclarecimento sobre
furtos, desvios, corrupção. E esse massacre que o Vereador está sofrendo...
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Eu pediria que
fosse breve, Presidente, porque está acabando o meu tempo.
O Sr. Pedro Ruas: Vou concluir já. Esse
massacre que o Ver. Elias Vidal está sofrendo de seu Partido, do PPS,
interessa, sim, a toda Cidade; não é apenas um assunto interno, porque a CPI
interessa a toda Capital.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Ver. Pedro
Ruas, quero lhe dizer que não concordo com a expressão que V. Exa. usa:
massacre. Se fosse massacre, nós não teríamos convocado uma Executiva do
Partido, em que compareceram o Ver. Elias Vidal e seu advogado! Seu advogado
compareceu para colocar os seus argumentos, e foram oferecidas ao Ver. Elias
Vidal alternativas. Ninguém impôs nada ao Ver. Elias Vidal! Se houve alguém que
buscou a impressa para divulgar o seu pensamento, não foi o Partido Popular
Socialista, não foi o PPS; foi, sim, o Ver. Elias Vidal, que, se prevalecendo
de uma prerrogativa de ter o microfone na mão, veio a este microfone e colocou
o seu pensamento.
Talvez, Ver. Pedro
Ruas, se ele tivesse levado – como fez, quando foi para fechar a questão –, ao
Partido, quem garante que o PPS não teria fechado questão com ele? Quem garante
isso? Alguns dos senhores, aqui, garantem isso? Não, não garantem, porque só se
toma uma decisão em conjunto e se desfaz essa posição em conjunto. Nós estarmos
filiados a um Partido é como se fizéssemos parte de uma sociedade entre amigos,
familiares e correligionários. O que isso quer dizer? Que, para se desfazer uma
sociedade, todos devem conversar. Um sócio não toma sozinho uma decisão isolada
e mesquinha; uma decisão isolada em que se sai sozinho na mídia, em que se
ganha propaganda gratuita, em que se projeta como defensor, assim como Robin
Hood foi defensor dos pobres e dos humildes. Nós todos somos! Não tem um
Vereador aqui que não seja defensor: o Ver. Nilo Santos amassa barro no morro,
o Ver. DJ Cassiá anda por esta Cidade, o Ver. Todeschini anda por esta Cidade –
todos nós andamos por esta Cidade, todos nós trabalhamos e lutamos pelo voto,
Vereador. Eu, que venho da periferia, sou um dos que mais lutam junto com os
outros. Agora, tomar uma atitude dessas... Eu lhe dou os parabéns, o senhor é
oposição e está corretíssimo. Agora, logo ali adiante, o Ver. Elias Vidal não
serve nem para vocês, porque quem trai um trai dois; quem trai dois trai dez.
Em quem não se pode depositar confiança, jamais a gente entrega a chave da casa
da gente.
O PPS vai, sim, levar
isso para as instâncias corretas, para a Comissão de Ética, e o Ver. Elias
Vidal vai ter a oportunidade de se defender, de colocar os seus motivos, ele
vai ter todas as oportunidades do mundo.
Agora, quero deixar
bem claro que, se depender deste Vereador aqui, deste Vereador da periferia, um
Vereador que muitas vezes enfrenta preconceito porque veio lá do barro, no meu
Partido, ele não fica. Se eu estiver no PPS, e ele permanecer, eu saio. Tenham
a palavra deste Vereador. Se ele estiver em qualquer outro Partido, este
Vereador lá não irá, porque respeita uma coisa na vida: a verdade.
Eu criei sete filhos,
estão todos criados, todos trabalhando, lutando, e hoje de nenhum deles alguém
tem o que falar! Eles podem passar fome, mas com a verdade eles vão andar
sempre, com a hombridade de ser homem. Ele não foi massacrado por Partido
algum; aqui não tem vítima! Vítima, coitadinho, defensor do povo, defensor dos
mais fracos! Defenda durante o seu mandato tudo isso! Não é agora, não é dessa
maneira, não é botando uma tarja na boca como se estivesse na ditadura! Tomara,
Deus, que Porto Alegre enxergue isso!
Agora, será que é só
a CPI? A pergunta que fica aqui para os senhores, para todos nós: será que é só
a CPI, Ver. Mauro Pinheiro? Se tem coisa errada na CPI, tem de se buscar o
caminho. Agora, querer jogar a culpa no PPS? Querer jogar a culpa neste
Vereador, que defende o conjunto, que defende o coletivo, que defende o
trabalho, que defende a honestidade, que defende a palavra empenhada de homem?
Eu tenho 1m 59 cm, mas sou homem! Respeito a minha posição! Respeito a posição
do meu Partido! Sou PPS, estou junto com o PPS, defendo o PPS, defendo o conjunto,
defendo a lealdade! Jamais defenderei traíra, podem ter certeza disso. O PPS
jamais cometeu um erro, como cometeu o PTB, quando lá deu guarida a ele, mas,
ao cabo de uma semana, mandou-o embora. E o PPS cometeu uma insanidade:
recebeu-o de volta. Não deveria tê-lo recebido. Não deveria tê-lo recebido!
Eu só quero dizer,
Ver. Nilo Santos, que este Vereador, que se criou na Vila Santa Rosa, fruto da
Vila Areia, na Vila Ramos, não tem como... Este Vereador está há três anos aqui
nesta Casa, respeitando todos os colegas; jamais foi antiético com qualquer
colega, jamais ultrapassou os seus limites! Respeitou todos os Vereadores aqui:
respeitou a oposição, a situação, respeitou o Prefeito, que foi com quem fez
este acordo com o PPS.
A primeira coisa que
o Ver. Elias Vidal tinha de fazer era entregar os cargos que tem no Governo.
Ele se beneficiou durante três anos e meio do Governo e, agora, quer bater no
Governo. Sabe por quê? Porque ele não teve como se articular, a articulação
dele foi pífia, foi uma articulação de quem não soube se articular. Perdeu o
apoio da Igreja, perdeu o apoio na Vila Farrapos, está que nem galinha correndo
atrás do rabo, tentando buscar... É brincadeira!
Eu digo para vocês:
procurem mácula neste Vereador aqui, procurem alguma coisa! E este Vereador tem
boca para falar, não para botar tarja neste País! Eu sou de 1956, passei pela
ditadura e estou aqui falando, de cabeça erguida. É, é verdade!
Sabem que isso dá
muita tristeza na gente, uma tristeza fantástica... Vários colegas do Partido
trabalhando, tentando fortalecer o Partido, do qual ninguém tem nada para
falar: ninguém acusa ninguém do PPS de roubo, disso ou daquilo. E, aí, aparece
uma figurinha dessas, carimbada!
Meus amigos, quero,
aqui, desejar muita sorte ao Ver. Elias Vidal no seu futuro, mas não no PPS!
Tomara que alguma legenda o abrigue, e tomara que o senhor tenha o mesmo
comportamento lá.
Então, desta forma,
quero me desculpar perante meus amigos, Vereadores, colegas e aqueles que nos
assistem, por este desabafo, porque eu não poderia deixar de fazê-lo. Este
Vereador vai continuar aqui cumprindo seu mandato. Se a população desejar que
eu volte, eu voltarei; se eu não voltar, saio de cabeça erguida, e com certeza
de que jamais cometi qualquer desatino contra a população de Porto Alegre.
Parabéns a vocês,
Vereadores, pela conduta, pela ética, pela moral e pela parceria que fizemos
aqui dentro. Parabéns à oposição, que conseguiu pegar um fantoche.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ELIAS VIDAL: Presidente Mauro,
como fui extremamente ofendido, solicito direito de resposta.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Elias,
V. Exa. teve o tempo de Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Não, negativo! Não,
por favor! Eu fui extremamente ofendido, e não vou aceitar. Ele me chamou de
palhaço e de tudo quanto é coisa. Negativo. Eu tenho o direito, é meu direito:
eu fui extremamente ofendido.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Elias, eu
vou solicitar as notas, e, durante o transcurso da Sessão, eu respondo à Vossa
Excelência.
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero, inicialmente, dizer que
eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna apoiamos o direito de resposta que tem S.
Exa., o Ver. Elias Vidal.
Por outro lado, Sr.
Presidente – e peço a atenção dos meus Pares –, há uma situação muito grave,
Ver. Idenir Cecchim, que nos chega ao conhecimento via mídias eletrônicas,
Twitter, em que o Secretário de Município, mais precisamente o Secretário da
SMIC, que é Vice-Presidente Municipal do PMDB, diz, entre outras coisas, o
seguinte (Lê.): “Vice-Presidente do PMDB na Capital, Valter Nagelstein,
escreveu no microblog: ‘Já abdiquei muitas coisas em favor da volúpia do Ver.
Sebastião Melo. A presidência dele interfere nas Secretarias, nomeia pessoas
que não trabalham, tudo para aparelhar o Partido. Não pode nem deve achar-se
maior. Melo nunca quer nada e sempre quer tudo’, disse o Secretário de Produção
Indústria e Comércio de Porto Alegre”. Repito: “nomeia pessoas que não
trabalham”.
Eu pedi uma Questão
de Ordem, e S. Exa., o Ver. Mauro Zacher, me indicou o caminho do Pedido de
Informações. Não é o adequado, Vereador. O adequado é que essa Presidência peça
informações, esclarecimentos, a partir de agora, porque nós não temos aqui uma
denúncia comum; nós temos uma denúncia de um Secretário atual! Neste momento,
Ver. Haroldo de Souza, ele é Secretário da Indústria e Comércio, ele é
Vice-Presidente Municipal do PMDB! E ele está dizendo, Presidente Mauro Zacher,
que o PMDB indica pessoas que não trabalham na Prefeitura e que o povo de Porto
Alegre, Ver. Professor Garcia, do PMDB, está pagando com seus tributos, com
seus impostos, com a sua dedicação! Ele está denunciando que estão lá nomeadas
e que não trabalham, Ver. Idenir Cecchim.
Eu, particularmente,
não acredito que o Ver. Sebastião Melo fosse fazer isso. Não acredito. Conheço
S. Exa. há muitos anos e não acredito, mas quero saber quem são essas pessoas.
Toda a Câmara tem o direito de saber, toda a Cidade tem o direito de saber.
Por isso, Presidente,
Mauro Zacher, eu reitero: nós não podemos aqui tratar – se V. Exa. me der a
atenção – com um Pedido de Informações de um Vereador de oposição. V. Exa. eu
sei que sabe disso, é inteligente, tem consciência, não é apenas um Presidente
ou Líder do PDT; V. Exa. é Presidente da Casa; portanto, eu lhe peço que
encaminhe, em nome da Casa, um pedido de esclarecimento para saber quem são
essas pessoas nomeadas que não trabalham e denunciadas. Presidente Mauro
Zacher, eu peço de novo a atenção de V. Exa. A Casa tem que saber, eu reitero.
Não é possível que um Secretário denuncie isso e que a Câmara finja que não
sabe, finja que não vê! Não é possível! Isso é uma agressão a cada um de nós
que está aqui! Por isso, reitero a V. Exa. que eu gostaria que esses
esclarecimentos fossem feitos no dia de hoje, porque eu posso imaginar, entre
os milhares de servidores, quais são os que não trabalham. Quero saber quem
são, porque há membros do primeiro escalão, Ver. João Antonio Dib, dizendo que
são nomeados pelo PMDB e que não trabalham. Se não trabalham, fazem o quê? São
fantasmas? Quem são? São cinco? São dez? São quinhentos? Quantos são? Onde
trabalham? Em que órgão estão lotados? Quais as suas funções? Será que eles já
não estavam lá no tempo da Sollus? Será que não estavam lá no tempo da Reação?
Será que não estavam lá desde os primórdios da corrupção em Porto Alegre? Quem
são? Onde trabalham? O que fazem? Quanto ganham? São marajás? São aqueles que
ganham mais do que os Secretários? De quem são os CCs?
Nós queremos saber, Presidente; a Câmara tem esse direito – na verdade, a obrigação de esclarecer Porto Alegre sobre uma denúncia de tamanha gravidade! (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver.
Todeschini, o Ver. Elias Vidal pede Tempo Especial, pois se sentiu atacado em
sua honra.
O Ver. Elias Vidal
está com a palavra em Tempo Especial, nos termos do art. 94 do Regimento.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, em primeiro lugar, quero deixar bem claro que o
Ver. Paulinho Rubem Berta não se encontra na Casa; acho que ele sabia que eu
iria falar e deu no pé antes que eu viesse para cá. Quero dizer que ele foi
extremamente deselegante nos adjetivos, nas falas que fez neste microfone,
extremamente deselegante. Ele diz que eu não fui massacrado. Foram 11 votos a 1
na Executiva, isso não é um massacre? Não foi uma tentativa de cassação da
minha fala? Quero ler para os senhores o que falei aqui, em 2009. A nossa
Bancada conversou muito, trocamos ideias sobre algumas dúvidas com as
Lideranças do nosso Partido, o PPS, com o Deputado Paulo Odone. Mais para
frente, digo o seguinte: “Eu não estou dizendo que o PPS jamais assinaria uma
CPI. Poderá até vir a assinar e fazer parte.” Foi uma fala que fiz em 2009. Na
continuidade: “Então, neste primeiro momento, a nossa Bancada se dá por
satisfeita [o Eliseu Santos estava vivo ainda, não havia sido assassinado.
Depois, passou a ser um fato novo]. Agora, se houver mais fatos, poderemos até
mudar de atitude, como algum dos senhores”. Foi a minha fala – logo foi
assassinado. Depois de dois anos, volta tudo à estaca zero. Não é um fato novo?
Não é razão suficiente para este Vereador entrar em ação?
Sabem o que acontece?
Acontece que há alguns ou, no caso do meu colega, que não teve tutano
suficiente para aguentar, porque quem perde é quem faz o que eu fiz. O que tu
tens tu até perdes, tu não acrescentas. E ele não teve coragem de vir aqui. Ele
disse que eu traí. Que traição? Traído é o povo, quando vocês sabem que tem aí
R$ 15 milhões, R$ 20 milhões desviados, dinheiro da Saúde, dinheiro do povo, e
o indivíduo não tem coragem – para não usar um outro adjetivo – de dar a sua
assinatura para trazer de volta R$ 15 milhões, R$ 20 milhões. Corrigidos,
talvez até R$ 30 milhões. Tem a caneta, mas não assina; tem medo sabem de quê?
Aí, sim, é que tem medo de perder os cargos. Se eu tivesse medo... Estão
dizendo que vão me expulsar, que vou perder o meu mandato, e eu não estou com medo.
Tenho quatro carguinhos já há mais de cinco anos, e já disse na imprensa: dois
de Ensino Médio e dois de Ensino Superior são tudo o que tenho, e nada foi
alterado. O que houve foi uma substituição um pelo outro; já disse isso várias
vezes na imprensa.
Agora, sabem que tem
gente que precisava ser investigado porque é grileiro de terra pública dentro
de Porto Alegre? Isso mereceria, de repente, uma CPI. Tem gente que está aqui,
na Casa, e que é grileiro! É dono de terra pública, constrói obras em cima de
terra pública e aí vem para cá falar “sou do povo, sou da periferia...” Tem que
dar uma olhada melhor nisso aí.
Vou dizer ao Ver.
Paulinho Rubem Berta: “Me larga de mão, cara! Vai cuidar da tua vida e me
deixa!” Se tu não tens coragem de assinar uma CPI, não te metas comigo; eu
tenho coragem de perder mandato, de perder cargo, perder qualquer coisa e de ir
embora para casa. Se você não tem, me larga de mão! Chega aqui e diz um monte
de besteira, diz que eu não tenho trabalho, já não pediu o meu ônibus para
entrar na tua vila para fazer trabalho social, nas tuas festinhas cada ano? Já
não pediu para a minha unidade móvel ir lá? Quantas vezes eu já fui? Quantas
campanhas tu já me pediste para ajudar lá? Então, tu estás fazendo o papel do
cabresteado; você não tem coragem de pisar fora do trilho, não tem. Agora,
quero dizer que eu tenho coragem de assinar, sim, mesmo me pressionando, mesmo
dizendo que vão me patrolar, que vão tirar mandato, que vão me mandar para
casa, que vão me cassar, fazer isso ou aquilo, eu estou me lixando com isso! Eu
nasci Vereador por acaso? Agora, quem não tem coragem é Vossa Excelência.
Para concluir, Sr.
Presidente, vou pedir que cuida do teu mandato! Virou Deus agora? Qual que tu
és: Deus, Pai, Filho ou Espírito Santo? Parece que tem bola de cristal, sabe se
eu vou me eleger, se eu não vou, se eu tenho voto, se eu não tenho. Isso não é
da tua conta, vai cuidar do teu mandato. Cuida do teu mandato e cuida do teu
povo lá! Se eu fosse tu, assinaria essa CPI para trazer esse dinheiro para o
Rubem Berta, para criar mais postos de saúde para o Rubem Berta. Vamos trazer o
dinheiro de volta do Ronaldinho, desses contratos fraudulentos, e vamos fazer
mais quadra de esporte no Rubem Berta. Tenha coragem! Como é que pode ter
coragem de vir aqui à tribuna, lutar contra o povo e se passar por herói? E aí
eu que sou o palhaço, sou o zorro; sou o zorro coisa nenhuma, não sou melhor do
que ninguém. Adere comigo, vamos colocar mais duas, três, quatro, cinco
assinaturas – tenha coragem. Tu não tens coragem, porque tu tens que fazer
aquilo que te mandam. Eu não, eu faço aquilo que a consciência me pede para
fazer, que é o que eu tenho que fazer pelo povo. Primeiro o povo, depois o
Partido e o mandato. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, este
Vereador questiona: o que está ocorrendo? Daqui a um pouquinho, nós vamos ficar
num debate entre os dois, porque um vai acusando o outro e vai pedindo tempo.
Então, de uma vez por todas, vamos tentar encerrar, e que eles resolvam em
outro lugar, a Câmara é bem maior do que isso, nós temos vários vetos para
votar. Peço a compreensão, inclusive de ambos, para que esse problema seja
resolvido de outra forma, porque, senão, acontece um debate de um acusando o
outro, que fica magoado, vai lá, pede o tempo, V. Exa. concede, logicamente,
mas cria um problema. Então, na realidade, vamos partir para o trabalho e vamos
votar.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. MARIO FRAGA: Ver. Mauro Zacher,
Presidente da Casa; Sras. Vereadoras; Srs. Vereadores; público que nos assiste
pela TVCâmara; público presente na galeria, hoje faço uso do Grande Expediente,
que é uma forma que a Câmara tem de dar o seu espaço a todos os Vereadores para
que prestem conta do seu mandato. Infelizmente, na tarde de hoje, estão
acontecendo algumas coisas, principalmente para mim, muito tristes, mas que vou
deixar para os Partidos que estão nessa situação debaterem o assunto. Eu só
gostaria de dizer e reafirmar, como sempre faço aqui, na Casa, e em todos os
lugares que vou, que tenho confiança nos 36 Vereadores que aqui estão. Nesse
fim de semana, encontrei muitos Vereadores trabalhando: na sexta à noite, no
sábado e no domingo.
Aqui, nesta Casa,
ninguém se encolhe, Ver.ª Fernanda, mas, infelizmente, acontecem esses fatos.
Nesta Casa, eu, que sou do PDT, coloco a mão no fogo pelos 36 Vereadores, que
trabalham como loucos, trabalham diuturnamente e nos fins de semana. Eu, que
sou lá do Extremo-Sul, poucas vezes vou à Zona Norte, mas, quando vou, sempre
encontro Vereadores trabalhando. João Pancinha, V. Exa. é testemunha, porque
muito frequenta o Extremo-Sul.
Então, nesta Casa, os
36 Vereadores trabalham desesperadamente, e não é só no ano de eleição não, trabalham
nos quatro anos de mandato. Todos os Vereadores têm os seus compromissos aqui.
Eu vou usar o Grande Expediente para falar do meu trabalho, mas antes, como as
atenções estão aqui voltadas para esses dois assuntos tristes que aconteceram
nesta Casa, hoje, sou obrigado a dar o meu relato.
Eu já faço parte
desta Casa há bastante tempo. A primeira vez que entrei aqui foi em 1989, meu
amigo Pitol, no dia 30 de janeiro de 1989 – a primeira vez, a gente nunca
esquece –, já faz uma longa data; então, faço a defesa de todos os Vereadores.
Nesse período em que estou aqui, talvez tenha havido uma exceção – um Vereador
ou uma Vereadora –; no mais, os Vereadores trabalham como loucos aqui.
Eu já fui colega do
falecido Eliseu Santos, que era um trator para trabalhar; já fui colega do
Ibsen Pinheiro, que não parava nunca; já fui colega do Jair Soares, que deixou
de ser Governador para ser Vereador aqui. O Jair Soares não parava nunca. O seu
gabinete estava sempre cheio de pessoas, e ele sempre estava atendendo. Então,
esses são os nossos exemplos, Ver. Mauro Pinheiro. Eu conheço bem V. Exa., que
também trabalha, assim como os outros 35 Vereadores. Eu só quero fazer esse
desabafo pelo que aconteceu nesta Casa, neste momento.
O Ver. Pedro Ruas não
está aqui neste momento, mas ele é meu companheiro; desde a época em que entrei
para o Partido, ele já estava no PDT. Sei o quanto ele trabalha também nas
comunidades, sei quantas pessoas ele atende, Ver.ª Fernanda, que é sua colega.
Então, só para desmistificar um pouco esse momento que tivemos aqui, na Casa.
E nem falei no nosso
Líder maior desta Casa, Ver. João Antonio Dib, que tem 40 anos de mandato, com
todo esse vigor. Para quem não sabe, o Ver. João Antonio Dib participa de
reuniões não só de tarde, mas, na parte da manhã, como Líder do Governo e como
Líder do Partido Progressista, participa ativamente dos trabalhos desta Casa.
Então, isso foi só para desmistificar um pouco esse momento que tivemos no
plenário da Câmara hoje.
Eu queria, neste
período de Grande Expediente, fazer um relato das nossas atividades. Estamos
aguardando que o Prefeito Fortunati sancione o nosso Projeto de Lei. Começaram
as aulas, começaram os problemas sobre o uso inadequado de aparelhos de sons no interior dos ônibus.
O Ver. Pedro Ruas
acaba de retornar ao plenário. Vereador, eu estava falando sobre esse momento
que aconteceu e o quanto todos os Vereadores trabalham. Eu conheço V. Exa. há
muito tempo e sei o quanto V. Exa. é dedicado ao mandato, assim como os outros
35 Vereadores. Estou falando nisso para desmistificar o que ocorreu aqui, por
parte das Bancadas do PMDB e do PPS, e dizia que encontrei diversos Vereadores
trabalhando no fim de semana, e que coloco, sim, a minha mão no fogo por todos
os Vereadores desta Casa, que trabalham como loucos. Ver. Pedro Ruas, V. Exa.
merece todo o meu respeito, todo o meu carinho, porque, quando entrei no PDT,
V. Exa. já estava lá.
Então, voltando ao
meu Projeto, mesmo que o Fortunati, ou a Procuradoria-Geral do Município,
tenham dificuldade, meu amigo Pujol, para sancionar o nosso Projeto de Lei, eu
vou tentar fazer – a diretoria da Carris já está fazendo –, já falei com o
Presidente da ATP, Dr. Ênio, com que a Câmara faça nos ônibus de Porto Alegre a
mesma campanha que a Companhia Carris está fazendo. Já há cartazes em todos os
ônibus da Carris.
Eu estou tentando
falar com o Dr. Ênio, de novo. Já falei uma vez, o Prefeito não consegue
sancionar por causa da fiscalização. Nós estamos tendo problemas com a
Procuradoria para botar em prática a fiscalização desse Projeto, que é o som em
ônibus, que só será permitido com fone de ouvido. O som é permitido, só não é
permitido sem usar o fone de ouvido para não atrapalhar as outras pessoas que
estão indo para o serviço ou que até mesmo estão voltando de um longo dia de
trabalho, de um dia de aula, e têm que escutar o barulho que é feito nos
ônibus. A Companhia Carris já está fazendo essa campanha, e eu vou solicitar à
Associação dos Transportadores de Passageiros da nossa Capital para que também
coloque em prática: é um pequeno cartaz anunciando que existe a Lei e para que
as pessoas façam o uso do som com fone de ouvido.
Eu queria também
falar do controlador eletrônico que foi colocado em Belém Novo, na Av. Juca
Batista, em frente ao Aeroclube. Graça a Deus, no último mês, nenhum acidente
aconteceu no Extremo-Sul.
O Sr. João Pancinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, eu quero parabenizá-lo pelo
Projeto de V. Exa., porque, quando estive como Presidente da Carris, iniciamos
uma campanha, via Twitter, justamente para que os usuários respeitassem os seus
pares, solicitando que não ouvissem som alto e que usassem o fone de ouvido.
Esse Twitter, Vereador, teve uma aceitação enorme, foi o Twitter mais visitado
do Brasil no mês de junho ou julho do ano passado. Então, certamente o seu
Projeto tem total apoio da população; claro que tem que seguir a tramitação
dentro da sua legalidade e exequibilidade, mas V. Exa. está de parabéns,
porque, realmente, é um excelente Projeto, pois as pessoas devem respeitar a
individualidade de cada um. Quem quer ouvir som ouça, mas individualmente.
Parabéns.
O SR. MARIO FRAGA: É verdade, obrigado,
Ver. Pancinha. Vossa Excelência era Presidente da Carris, possivelmente, quando
colocaram em prática o primeiro andamento deste cartaz, porque sempre demora o
processo, e, com certeza, Vossa Excelência estava lá. E, mais uma vez, eu dou
os parabéns a Carris e ao seu antigo Presidente, João Pancinha, nosso
companheiro e amigo aqui na Casa.
O Ver. Pancinha
conhece bem, até esteve lá – não é, Ver. Pancinha? –, em Belém Novo, e viu o
controlador eletrônico que nós colocamos lá com a ajuda da EPTC; o nosso amigo
Pitol, aqui da Casa, que é Assessor Parlamentar, e o Cappellari nos ajudaram.
Ele já está instalado há mais de um mês, e, graças a Deus, não aconteceu mais
nenhum acidente no Extremo-Sul, naquela Região de Belém Novo, porque o
controlador eletrônico, com a velocidade de 60 quilômetros por hora, faz as
pessoas diminuírem a velocidade do trânsito. Então, nós estamos supercontentes
com o Prefeito Fortunati, que autorizou esse controlador eletrônico.
E também, Presidente
Mauro Zacher, a comunidade do Extremo-Sul, do Beco do Adelar, da nossa
companheira Cleusa Biazetto, se mobilizou e conseguiu tirar dois pardais que
ficavam a uma distância de 500 metros e colocar mais um controlador eletrônico.
Eu acho que assim ficou melhor para a comunidade, ficou melhor para toda a
nossa sociedade.
Lá, em Belém Novo,
ainda, nós estamos trabalhando em um projeto de restauração do restaurante
Poletto, que está desativado há bastante tempo. O Deputado Federal Vieira da
Cunha conseguiu, por meio de uma emenda, R$ 300 mil para restaurarmos o
Poletto. O Sergius Gonzaga, Secretário da Cultura do Município de Porto Alegre,
pediu autorização, o Prefeito Fortunati autorizou, e nós estamos, dentro da
Secretaria da Cultura, realizando o projeto arquitetônico do novo visual do
Poletto, e, quiçá, ainda este ano, começarão as obras. Temos lutado bastante
pelo espaço cultural que, lá no Extremo-Sul, ainda não temos. Mas, com certeza,
conseguiremos, em seguida, com a restauração do restaurante Poletto.
Também conseguimos,
junto ao Secretário Cássio Trogildo, a pavimentação asfáltica em frente ao posto de saúde
de Belém Novo. Vale dizer que o Dr. Thiago também teve uma participação
brilhante na reforma daquele posto de saúde. Essa pavimentação, no verão, serve
para não levar pó para os pacientes que ali estão, e, no inverno, impede a
criação de lama, barro e alagamentos. Então, nós agradecemos ao Prefeito
Fortunati, em especial, ao Secretário Cássio e ao Secretário Casartelli, que
estiveram juntos lá no Extremo-Sul. O asfalto daquela região está nos trazendo
um benefício enorme.
Também nessa semana, o Secretário Cássio esteve
fazendo uma visita à nossa comunidade, no Extremo-Sul, Dr. Pujol, e, para nossa
satisfação, fomos informados que mais duas ruas serão pavimentadas: a Rua
Olávio José de Souza, onde fica o CTG; e a Rua Santa Helena, na Praça Paula
Maciel. Ou seja, todas as promessas que o Secretário fez a este Vereador foram
cumpridas à risca. Inclusive, através da SMAM, do Secretário Substituto André
Carús, a Praça Paula Maciel também teve uma revitalização – lá foram colocados
diversos equipamentos. Nesse final de semana, nós estivemos lá tomando
chimarrão com alguns amigos, e todos estão contentes com a SMAM, com o DMLU,
com a SMOV, com a Secretaria da Saúde. Quero agradecer, mais uma vez, o
Prefeito Fortunati o que ele tem feito por nós.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu acho que V. Exa. está contente com muita
gente, mas o bom é que o povo de Belém Novo está contente com a sua atuação.
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Vereador.
Para concluir, quero dizer que o que está faltando em Belém, por incrível que
pareça, é a pista de esqueite. Nós já olhamos o local, e o Secretário Municipal
da Juventude, Luizinho Martins, esteve lá e nos fez uma promessa. Então, o
Projeto já está sendo executado, e a única pista de esqueite que teremos em
Belém, se Deus quiser, vai sair antes do fim do ano. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Suspendo a
Sessão por alguns minutos para sanar um problema com o painel eletrônico.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h12min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 16h15min): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, nós, hoje, vivemos uma situação bastante
dramática aqui, e acho que a reação do Ver. Elias Vidal tem o mesmo tom e o
mesmo peso que as ameaças que ele recebeu do seu Partido, mas eu não entendo
que isso seja um tema e que a Câmara tenha um debate a fazer sobre o PPS, as
suas decisões internas e os seus Vereadores. Não é esse o debate a fazer, Ver.
Paulinho Rubem Berta. O debate que deve ser feito é quando será que esta Casa
vai cumprir a sua função, porque canso de ouvir Vereadores dizerem: “Deixa, que
o Ministério Público vai investigar; deixa, que a Justiça está resolvendo;
isso, o Executivo já colocou em dívida ativa”. A impressão que tenho é de que a
Casa não tem o que fazer, que a Câmara de Vereadores não tem responsabilidade
com corrupção, com desvio de dinheiro público, com morte de Secretário. Essa é
a impressão que se passa para a sociedade, e isso depõe contra o Parlamento
Municipal, depõe contra a força desta Casa. A Câmara abre mão da sua
responsabilidade de investigação! E é disso que nós estamos tratando aqui,
quando o Ver. Elias Vidal assina, porque se passaram dois anos, e o processo
parou não se sabe onde. Passaram-se dois anos, e mais de R$ 10 milhões não
voltaram para os cofres da Prefeitura. Passaram-se dois anos, e ninguém da
Prefeitura de Porto Alegre é responsável pelo dinheiro que sumiu da Saúde, por
aquela contratação desastrosa do Sollus, por receber prestação de contas
grosseiramente justificada, com notas falsificadas, com uso de dinheiro público
denunciado pelo Conselho de Saúde, e nada foi feito pela Prefeitura de Porto
Alegre!
Portanto, esta Casa é
o Parlamento municipal, é o Legislativo deste País, que é uma república que
criou os legislativos exatamente para haver um controle entre Legislativo e
Executivo, Ver. Nilo Santos! É uma república que se constituiu de poderes
independentes e que se fiscalizam, exatamente para o povo ter representação na
suas demandas e quando o dinheiro público é mal-utilizado e quando a política
pública não é bem-executada. Essa é a questão!
O Ver. Pedro Ruas
traz a esta tribuna que um Secretário Municipal afirma que um Vereador nomeia
funcionários que não trabalham – eu sou estatutária, e, no Estatuto dos
municipários, Ver. DJ, está lá a responsabilidade do funcionário público:
sabendo de uma denúncia, mesmo anônima, nós não podemos nos omitir diante da
necessidade de investigação. Isso é para funcionário público, porque a pena é
prevaricação. Imagine para os Vereadores, que representam o Parlamento, que
representam o povo, votados legitimamente nas urnas! Tem muito mais responsabilidade,
Ver. Brasinha, do que um funcionário público, que não pode ouvir uma denúncia e
ficar omisso, sob pena de responder criminalmente; ele prevarica. Imagine esta
Casa, que continua delegando para outros órgãos! E nós temos assistido, por
exemplo, no ProJovem – três gestões com denúncias: dinheiro público desviado,
recursos públicos não recuperados e alunos que não aproveitaram o Programa.
Duas gestões; fizemos uma CPI que não deu em nada, que não responsabilizou
ninguém; CPI chapa branca! Chapa branca! E nas outras políticas públicas, onde
nós estamos enxergando as denúncias, esta Casa precisa agir sob pena de perder
a força do Parlamento.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia Cavedon, eu gostei de ver a senhora
atirar para todos os lados, e a senhora atira bem mesmo...
A SRA. SOFIA CAVEDON: Foi para um lado só,
Ver. Brasinha, para a necessidade de o Parlamento investigar – um lado só.
O Sr. Alceu Brasinha: Vereadora, essa CPI
também irá investigar os 16 anos? E como está a investigação da CPI dos
Pardais?
A SRA. SOFIA CAVEDON: É da liberdade do
protagonismo dos Vereadores que compuserem a CPI.
O Sr. Alceu Brasinha: Como está, no Estado,
a CPI dos Pardais?
A SRA. SOFIA CAVEDON: Está ou não?
Responsabilidade da Assembleia.
O Sr. Alceu Brasinha: Eu quero saber da
senhora.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu que lhe pergunto,
é sobre o seu Partido, sobre os Deputados.
(Manifestação fora do
microfone do Ver. Nilo Santos.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu respondia, Ver.
Brasinha, sobre o DAER. o Governo se adiantou. Quando o novo Governo entrou,
chamou a Assembleia para investigar junto. Então, senhores, eu acho que o
Parlamento....
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado,
Vereadora. (Palmas.)
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra em Comunicações.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; todos que nos assistem pela
televisão; todos que nos assistem aqui. Na tarde de terça-feira, recebi a
Diretoria do Sindicato dos Bancários. Na oportunidade, o assunto do nosso
encontro foi motivado para falarmos da importância da Lei que foi sancionada
pelo nosso Prefeito, José Fortunati, no dia 4 de janeiro, Lei de nº 11.188. O
motivo que me levou ao encontro com essa entidade bancária foi o aumento do
número de assaltos às agências bancárias, as famosas “saidinhas de banco”, a
Lei dos Biombos – já lhe dou um aparte, Ver.ª Fernanda –, para que os nossos
consumidores tenham tranquilidade de sacar o dinheiro e não tenham o prejuízo
ali fora de perder a vida. É importante esta Lei dos Biombos. Agradeço, desde
já, os 35 Vereadores por terem sido sensíveis a essa Lei; agradeço também o
Prefeito por ter sancionado essa Lei. É uma lei de importância para todos os
consumidores de Porto Alegre. O importante é que é uma lei para todos nós,
Fernanda, que somos usuários de banco.
A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Tarciso. Venho,
muito rapidamente, parabenizá-lo, mais uma vez, pelo Projeto. Quando V. Exa.
protocolou o Projeto, eu fui uma de suas defensoras aqui na Câmara. Como
bancária, licenciada do Banrisul, e como cidadã de Porto Alegre, acho que é uma
lei que ajuda os usuários de banco a não correrem um risco desnecessário,
porque as quadrilhas colocam olheiros dentro do banco, e eles ficam olhando o
tamanho do saque, sobretudo de senhores e senhoras idosas, e, depois, comunicam
quem está fora do banco para que eles possam proceder aos assaltos. Acho que
essa Lei é muito importante. Eu fiquei muito feliz por ela ter sido sancionada
e acho que Porto Alegre avança com a aprovação dessa Lei.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Eu digo mais:
como a Lei do Kit Escolar, visando a todas as crianças, a todos os jovens do
ensino municipal de Porto Alegre, e nós cobramos a educação... O Pujol até
participou dessa Lei comigo, com uma emenda para a renovação, no meio do ano, a
quem agradeço muito.
A Lei do banco,
gente, é muito importante para todos nós; para essa saidinha, essa segurança
que temos que ter, Fernanda, ao sairmos do banco com o dinheiro. Às vezes, a
gente perde a vida por R$ 100,00, R$ 50,00. Dentro desse biombo, a pessoa terá
privacidade. Quem estiver dentro do banco, com o seu celular, mandando
recadinho lá para fora, Pujol, jamais saberá se tu estás tirando dinheiro, se
tu estás pagando, o que tu estás fazendo ali dentro. Eu acho que isso é o
mínimo que nós, Parlamentares, estamos fazendo pelos usuários de banco, pelo
nosso povo.
Pedimos uma agenda
com o Prefeito, junto com uma entidade, que tem muito interesse nisso, o
Sindicato dos Bancários; eles viram essa Lei e vieram conversar comigo, para
que possamos pedir uma audiência com o Prefeito, porque, somente com a
regulamentação do Poder Executivo, é que teremos eficácia nessa Lei.
Então, desde já, eu
peço aqui: nos ajude, Poder Executivo, para que essa Lei possa vigorar e possa
dar segurança a esse usuário de banco, que merece, como todos os empresários do
banco. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Toni Proença.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em primeiro
lugar, eu gostaria de agradecer a gentileza do Ver. Toni Proença, que me cedeu
o seu período de Comunicações para que eu tratasse de temas que construímos
conjuntamente, Ver. Toni Proença, justamente a sanção do Plano Municipal do
Livro e da Leitura.
Eu, como
bibliotecária – e hoje é dia 12 de março, Dia Nacional dos Bibliotecários –,
trouxe para esta Câmara, Ver. Pedro Ruas, a nossa luta pelo incentivo ao livro
e à leitura. Por quê? Porque o Brasil tem uma dívida histórica no que tange à
leitura e à possibilidade do acesso aos livros pela população. Nós fomos um dos
últimos países do mundo a transformar a educação pública universal gratuita em
um direito. Nós penamos com os altos índices de analfabetismo funcional e
analfabetismo; são 14 milhões de analfabetos no Brasil e 30% de pessoas que,
infelizmente, pelas dificuldades e condições de sucateamento da escola pública,
pela desigualdade social e informacional, não conseguem compreender o sentido
de um texto, são quatro itens. Então, nós estamos falando de quase metade da população:
30% mais 14 milhões de analfabetos, que têm longe de si o objeto do livro. Sem
contar os vários problemas relativos ao acesso ao livro e à leitura, à
defasagem das bibliotecas públicas, às dificuldades das bibliotecas escolares
que não têm um profissional bibliotecário para fazer essa gestão da informação.
Por isso, nós começamos em 2009 a luta pelo Plano Municipal do Livro e da
Leitura, fizemos audiência na Comissão de Educação, Cultura, Esportes e
Juventude, pedimos reunião com o Prefeito Fortunati, ainda em 2009, solicitando
que fosse criado um Grupo de Trabalho para redigir o Plano Municipal do Livro e
da Leitura. Isso em novembro de 2010. Até abril, Ver. José Freitas, nada havia
saído do papel. Então, nós fizemos um “Livraço”, na Redenção, com escritores,
com artistas, com as bibliotecas comunitárias, e a Prefeitura Municipal lançou
esse Grupo de Trabalho, oficialmente, no Diário Oficial.
Foram 135 dias de
trabalho intenso, de plenárias nas comunidades da nossa Cidade. Foram dias de
frio, lá na Assunção; foram dias de muitos debates na Universidade, com
escritores e bibliotecários, a respeito de como transformar esse Plano
Municipal do Livro e da Leitura em lei; foram dias de belos debates nas Regiões
do Orçamento Participativo, que nos permitiram escrever 70 páginas de
Diagnóstico e Metas para o Livro e a Leitura na cidade de Porto Alegre.
O Sr. Toni Proença: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Queria saudá-la pelo dia de hoje, o seu dia,
o Dia do Bibliotecário, 12 de março, e dizer que tive muito prazer e aprendi
muito andando ao seu lado, lutando pelo Plano Municipal de Incentivo ao Livro e
à Leitura que o Prefeito José Fortunati sancionou semana passada.
Espero que isso ajude
a fomentar muitos e novos leitores em toda a cidade de Porto Alegre, e que, no
futuro, quando eles lerem a história da Câmara de Vereadores, façam uma
homenagem ao seu trabalho e aos Vereadores desta Casa que lutam pela população
de Porto Alegre. Obrigado.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento da oradora.) Eu quero cumprimentar V. Exa. não só pelo
Dia do Bibliotecário, mas, fundamentalmente, pelo seu trabalho em favor do
livro e da leitura.
Juntamente com o Ver.
Toni e tantos outros colegas aqui, eu acho que o trabalho que V. Exa. desenvolve
orgulha a todos aqui, e isso faz a diferença real na nossa sociedade. Parabéns.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada,
Ver. Pedro Ruas e demais Vereadores.
No dia 7 de março,
foi sancionado pelo Prefeito José Fortunati o Plano Municipal do Livro e da
Leitura, depois de dois anos de luta da nossa Frente Parlamentar de Incentivo à
Leitura e de várias entidades da sociedade de Porto Alegre.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu também, Fernanda, quero parabenizá-la,
porque vejo em você uma Vereadora que luta pela Educação, porque essa é a nossa
luta: pela Educação e pelo esporte. Você é uma dessas lutadoras. Isso me deixa
muito contente, e, cada vez mais, eu sinto vontade de trabalhar pela juventude,
pelas nossas crianças. Parabéns, e conte com este Vereador. Obrigado.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver.
Tarciso.
Eu queria concluir
dizendo que saiu nos jornais a respeito dos R$ 300 mil, Ver. Pujol – V. Exa.,
que também apoiou a Frente Parlamentar –, para o Plano Municipal do Livro e da
Leitura, como sendo um dos méritos da Prefeitura Municipal. E isso me deixou
muito incomodada, Ver. Idenir Cecchim, porque foi neste Parlamento que nós
fizemos a correção ao Orçamento de 2012, que não previa um centavo para o Plano
Municipal do Livro e da Leitura, e todos nós votamos, por unanimidade, os R$
300 mil...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra em Comunicações.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, estou sendo provocado por
alguns Vereadores para falar de um Secretário e de um Vereador; isso, nós
resolvemos lá no PMDB internamente. (Aparte antirregimental da Bancada do PT.)
Certamente, eu aceito a provocação, já que ela é feita com bom humor pelos
caros colegas do PT, mas quero dizer que, realmente, a nossa Cidade está
mudando em algumas coisas importantes. Eu mesmo falei, desta tribuna, na
educação, no respeito que as pessoas devem ter umas com as outras. Eu vejo
muitas pessoas anônimas trabalhando sobre este tema de respeito ao próximo e de
caridade a quem precisa. Como é bonito, no fim de semana, se deparar com
atitudes de pessoas que ficam fazendo até uma pequena quermesse, um almoço, uma
rifa, qualquer coisa que pareça simples, pequena, mas que, para as pessoas que
precisam, são importantes.
São coisas
importantes, pessoas fazendo uma arrecadação para alguém, por exemplo,
arrumando um ortopedista, porque o serviço público não consegue atender à
demanda. Aí tem que fazer uma rifa para alguém ir até Rio Grande fazer a
operação.
A Saúde é
municipalizada no Brasil, mas os recursos são federais. Eu acho que já não é
questão de um Partido que critica outro Partido ou a questão de uma
Administração criticar outra Administração. Eu acho que nós temos que fazer um
mutirão, Ver. Carlos Todeschini.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para contribuir, eu vou fazer
aqui uma defesa do Secretário, que não é do meu Governo, mas que tem prestado
informações que são esclarecedoras. Ele anunciava que, na semana passada, em
uma reunião que tivemos nas Ilhas, que a fila das especialidades está
praticamente zerando, exceto a da traumatologia, que tem ainda uma fila, mas
que agora é de menos de 11 meses de espera. Em alguns períodos, estava em dez
ou doze anos de espera. E, agora, na oncologia, cardiologia, pediatria, não há
mais fila de espera em especialidade. De fato, é preciso zerar a fila na
traumatologia, que é o que remanesce, e me parece que também na neurologia e na
andrologia, mas as demais já estão bastante avançadas, sinal de que a
informatização trouxe grandes avanços. Agora o agendamento é feito por sistema,
e não mais individualmente, o que significa que, viabilizando a contratação dos
médicos pelo IMESF e os demais pedidos, nós poderemos ter, em curto período, em
curto espaço, o fim das filas para especialidades cirúrgicas, o que é louvável
e bom para todos.
O SR. IDENIR CECCHIM: Muito obrigado, Ver.
Todeschini. Isso mostra que dá para fazer mutirão até entre Vereadores. Quando
as críticas ou as soluções vão no mesmo caminho, dá para se construir.
Mas eu estava falando
sobre as pessoas anônimas que existem em todos lugares.
Ver. Pancinha, o
Rotary faz trabalhos em toda a Cidade; ONGs também fazem trabalho em toda a
Cidade, mas nós temos pessoas dedicadas, pessoas que se preocupam com os
outros.
E eu quero dizer a
vocês, meus caros colegas Vereadores, que dedico mais ainda, um pouquinho do
tempo – porque a gente sempre arruma um pouquinho de tempo – para ajudar
aquelas pessoas que precisam da gente. Não precisam de emprego, não precisam de
uma empreitada, não precisam de vantagens, essas pessoas que nós estamos
ajudando, para as quais eu estou disposto a doar o meu tempo, são pessoas que
precisam de muito pouco para elas e para a comunidade. São pessoas anônimas,
que pedem pouco, e, para nós, para a Cidade, são muito importantes essas
pessoas. Para quem ajuda também faz bem. Ajudar sem olhar a quem, Ver.
Pancinha...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Waldir Canal.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero, antes de mais nada, agradecer ao
Líder do Partido Republicano Brasileiro o fato de ter me prestigiado,
permitindo que eu usasse o tempo que lhe é de direito. Procurarei não
comprometer esse gesto democrático de sua parte e penso que o conseguirei,
porque o que vou fazer, neste período que V. Exa. me concedeu, é um apelo à
Casa.
Estou, há 15 dias,
concitando os companheiros da Casa, Ver. Dib, para que nós, efetivamente,
enfrentemos a imensa quantidade de matérias que se encontra priorizada na Ordem
do Dia e em cuja análise engatinhamos.
Nas últimas três
Sessões deliberativas da Casa, nós nos comprometemos a aprovar um Veto e a
discutir – não integralmente, mas ensejando que 13 Parlamentares opinassem a
respeito – o Veto à proposição do Ver. Alceu Brasinha.
Em cima disso, há uma
realidade na Casa – não podemos desconhecer esse fato. Eu mesmo, hoje, quando
me convenci de que o Ver. Elias Vidal irá manter a sua assinatura nos dois
Requerimentos de CPI, havia me retirado por instantes do plenário, Ver. Toni –
V. Exa. sabe bem disso –, para uma das coisas que eu queria fazer, que era
levantar alguns elementos que ainda não tenho em mãos, para tentar, o mais
breve possível, cumprir essa tarefa.
Mas estamos aqui nos
policiando reciprocamente. Acho que há períodos em que a Casa pode funcionar
tranquilamente com 12, 13 ou 14 dos seus integrantes, e a exigência do quórum é
apenas para a Ordem do Dia.
Sr. Presidente, nós
estamos discutindo CPI, estamos discutindo problemas internos de Partidos, Ver.
Pancinha, estamos discutindo de tudo, menos os assuntos que estão na Ordem do
Dia.
São agora 16h40min, e
não estamos ainda na Ordem do Dia; ainda vamos cumprir a Pauta antes disso – e
é importante que se cumpra a Pauta. Então, hoje, se lograrmos enfrentar
inteiramente o Projeto do Ver. Brasinha, o Veto do Sr. Prefeito a ele, já vai
ser algum resultado, porque não acredito que iremos mais longe que isso. E o
tempo passa, as coisas não são discutidas, e nós, evidentemente, vamos
consolidando a ideia de sermos iguais ao Congresso Nacional, que não decide
sobre as coisas. Penso que temos que fazer um pacto entre nós para decidirmos.
Não importa de que forma decidiremos: se decidiremos de acordo com as nossas
convicções ou se decidiremos de acordo com as nossas opiniões, mas vamos
decidir.
Esta não pode ser uma
Casa só de debates, tem que ser uma Casa de debates e de decisões. Vamos
debater, mas vamos também decidir, porque, se assim nós não fizermos, estaremos
comprometendo o próprio exercício do nosso mandato, Ver. Toni Proença, Vossa
Excelência, que hoje, gentilmente, cedeu o seu tempo a Ver.ª Fernanda
Melchionna, para que ela pudesse confraternizar com a Casa, não só porque o seu
Projeto de Lei, resultante do trabalho daquela Frente Parlamentar que nós
integramos se realizasse, mas também porque hoje é o Dia do Bibliotecário. E
ela, naturalmente, em nome da sua categoria, usou a tribuna naquela hora. Não a
aparteei na ocasião, porque sei que o seu tempo é muito escasso, como escasso é
o meu, o que não impede de eu ceder um aparte ao Ver. Pedro Ruas.
O Sr. Pedro Ruas: Apenas para
registrar que, de nossa parte, não há nenhum impedimento a que se entre
imediatamente na Ordem do Dia.
O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a Vossa
Excelência. Penso que consegui algum objetivo na minha vinda à tribuna.
Obrigado, muito obrigado mesmo, ao Líder do Partido Republicano Brasileiro, que
nos deu esta oportunidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Pancinha
está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero me somar à manifestação do Ver.
Reginaldo Pujol e lamentar o que tem ocorrido ao longo dos últimos dias aqui,
sobre o que me nego a falar.
Vou tratar do que
realmente interessa a Porto Alegre, que é como todos os Vereadores aqui
conduzem os seus mandatos. Eu quero saudar duas iniciativas dos últimos dias,
uma delas da Companhia Carris Porto-Alegrense, que, através do seu Presidente,
Arquiteto Sérgio Zimmermann e da sua Diretoria, resgatou o projeto Linha
Solidária. O Linha Solidária trata-se de um ônibus específico para transportar
pessoas de diversas comunidades e de diversas empresas até o Hemocentro e,
depois, levá-las ao seu local de origem. Este Projeto foi implementado em 2010
e está sendo retomado agora pela Companhia Carris. Hoje, recebi a ligação da
Dra. Marilu, do Hemocentro, dizendo da sua satisfação, porque várias empresas e
várias comunidades estavam aguardando a retomada deste Projeto. Tenho certeza
de que esse fato não resolve o problema de doação de sangue em Porto Alegre,
mas ajuda, em muito, a minimizar os problemas de estoques nos bancos de sangue
da Capital.
Participei, hoje pela
manhã, da assinatura, na Av. Protásio Alves, do início das obras do BRT – Bus Rapid Transit –, que vai modificar o
sistema de transporte público em Porto Alegre. Sem dúvida nenhuma, Porto Alegre
ganhará muito com esse novo sistema, e quero saudar a concretização dessa obra
com assinatura, hoje, do Prefeito José Fortunati, do Secretário Cappellari, do
Secretário Urbano Schmitt e do Secretário Cássio Trogildo. Tenho certeza de que
qualidade de ônibus, qualidade de frota Porto Alegre tem, mas precisamos de
mais agilidade. Precisamos oferecer melhores condições para que o usuário,
realmente, tenha vontade e tenha ganhos em usar o transporte coletivo.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Pancinha, é muito importante esse
Projeto para agilizar as doações de sangue. Costumo dizer que nós, realmente,
temos o melhor transporte público do Brasil. Isto é motivo de satisfação, de
orgulho, para as pessoas que usam, aquelas pessoas que andam no dia a dia. A
gente vê a diferença que faz uma Administração que está preocupada com as
pessoas mais humildes. Quero-lhe dar os parabéns pelo fato de o senhor tocar
nesse assunto, porque realmente Porto Alegre cada vez avança mais, e,
certamente, o transporte público vai ser um modelo para o Brasil todo e para o
mundo.
O SR. JOÃO PANCINHA: Muito obrigado, Ver.
Brasinha.
O investimento no BRT
é um legado que a Copa do Mundo, Ver. Pedro Ruas, deixará para Porto Alegre.
Quero também, de uma
forma rápida, comentar o resultado da invasão que houve na Ponta Grossa. Aquela
comunidade se mobilizou, está criando a Associação de Moradores do Bairro Ponta
Grossa, mas ali é uma área que não comporta residências, Ver. Tessaro. Então,
eu estou, junto com a Associação de Moradores do bairro Ponta Grossa – e os
Vereadores Pedro Ruas e Beto Moesch conhecem o assunto –, levando o assunto ao
Secretário Záchia e ao Dr. Goulart, para que seja...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado, Ver.
Pancinha.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores; público que nos assiste, venho, pela Liderança do PSD, fazer a
minha manifestação sobre duas obras, em Porto Alegre, para dois setores que
devem ser urgentemente atendidos.
Todos nesta Casa,
assim como a população do Rio Grande do Sul, sabem que, nesta semana, será
assinado o contrato da construtora Andrade Gutierrez com o Sport Club
Internacional, para, enfim, recomeçarem as obras do Estádio Beira-Rio, que
terão início no próximo dia 25. Nós temos certeza, Ver. Brasinha, de que
teremos, como temos a Arena a pleno vapor, mais o Estádio do Inter seguindo
adiante.
Mas a minha grande
preocupação com essa assinatura é que não vi nenhum pacto com o Município para
a transferência das famílias do Grupo 20 de Novembro, que está ao lado – são 30
famílias; como também a Casa de Passagem, que abriga mais 50 famílias logo
adiante e que tem que sair, porque esta Casa aprovou aqui a sua remoção. Eu não
vi nenhum movimento até agora.
Eu fico preocupado,
porque são 80 famílias que estão aguardando – em 2008, já havia uma área
destinada na Zona Sul, da Capital – e que não foram removidas até agora; nem
sequer algo foi sinalizado, nem sequer foi feito algum projeto habitacional
para atender a essas famílias.
É por isso que, cada
vez mais, Ver. João Antonio Dib, eu me preocupo com o Cadmut, que foi aprovado
por esta Casa há um ano e que não foi aplicado pelo Executivo ainda. Seria o
cadastramento de todas as famílias que estão em situação de risco, que precisam
de habitações e que são de baixa renda – de zero a três salários mínimos –, por
regiões da Cidade, para fazer com que haja distribuição dessas unidades
habitacionais em toda a Cidade, e não só lá na Zona Sul, que está inchando cada
vez mais. Inclusive, isso tem acarretado dificuldade de transporte, de saúde,
de emprego, enfim, são grandes as dificuldades da Zona Sul.
Cada vez mais ficamos
preocupados quando se fala em Habitação em Porto Alegre, porque, no Projeto do
Ver. Adeli Sell instituiu, com o seu Substitutivo, o bônus-moradia, nós
incluímos uma Emenda – o Projeto está na Caixa Econômica Federal desde 2007! Em
2007, foi entregue, na Caixa Econômica Federal, um Projeto pelo qual as
famílias da Vila Keddie – as quais o senhor bem conhece, pois já esteve lá –
seriam removidas para a Av. Bernardino Silveira de Amorim. Como o Executivo
está demorando, está protelando, nós estamos sentindo que, novamente, essas
famílias vão passar mais um inverno rigoroso naquela terrível situação. Ali é
um leito de rua que o Município precisa abrir para dar continuidade aos
projetos de Mobilidade Urbana. Nós colocamos uma Emenda, através da qual seriam
contempladas no bônus-moradia aquelas cem famílias da Vila Keddie.
É claro que a Lei do
Ver. Adeli Sell é ampla para toda a Cidade, mas agora dizer que não há
necessidade de colocar especificamente uma Vila, que não está tendo a atenção
do Executivo, porque a Lei já contempla o geral?! Se ela contempla o geral,
qual é a diferença que faz – Ver. Pedro Ruas, douto jurista – colocar o nome de
uma que tem mais urgência para receber o bônus-moradia? Qual é o problema? Ela
está dentro do contexto geral. Se colocar o nome dela, ela não vai ser
beneficiada com outras vantagens? Ela está na Lei, mas nós estamos dizendo,
dentro da Lei, que aquelas famílias precisam ser atendidas pelo bônus-moradia,
e foi vetado pelo Executivo. Houve esse Veto dizendo que ali não pode, porque a
Lei já abrange o geral.
Nós queremos, com
todas as parcerias e as Bancadas, fazer um esforço, e eu quero todos vocês,
quando puderem, visitem a Vila Keddie, Ver. Haroldo de Souza; só quem visitar,
quem transitar lá dentro vai saber o que aquelas famílias sofrem, como estão
jogadas, a falta de segurança na localidade e o tráfico de drogas ali
existente. Nós precisamos urgentemente definir. Agora, não é vetando, porque:
“Ah! É um plus...” – não vou dizer um
“plus a mais” aqui, porque seria um
absurdo. Não, não é um plus coisa
nenhuma. Existe uma lei, no contexto geral, e ela está especificamente dizendo:
a Vila Keddie vai ser contemplada. Muito obrigado, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: As coisas não andam
bem. As coisas não andam bem na Cidade, porque há um desdém cotidiano do
Governo com a coisa pública.
Há pouco, estava aqui
um menino, cadeirante, Ver. Comassetto, que não consegue pegar ônibus, porque
ele, como outros, querem ir para a escola, o ônibus passa reto, mesmo tendo o
elevador para cadeirantes. Vai haver uma manifestação das pessoas com
deficiência – pode escrever – na frente do Paço Municipal. Não demorará muito,
e nós estaremos lá, Ver. Brasinha, porque, do lado daqueles que têm
necessidades, nós estaremos.
O povo também quer
uma cidade limpa; todos querem uma cidade limpa! Quem quer um local sujo? Mas,
circulando pela Cidade, o que a gente vê é lixo, lixo e lixo! Deveríamos ter
dois tipos de contêineres: um para o lixo seco; outro para o lixo de cozinha.
Nós estamos vendo, em plena rua da Praia, o chorume! Na Rua Riachuelo, no
Centro de Porto Alegre, ontem eu fui colocar o lixo. Gente, cheiro
insuportável!
Aqui, inclusive,
houve uma audiência que o Ver. Melo e eu fizemos nesta Casa, quando a pessoa
apresentou um modelo muito mais moderno, muito mais atrativo, que era o
contêiner lavado de três em três dias. Eu nunca vejo contêiner lavado; estão
imundos, sujos, uma porcaria! Dá nojo uma coisa dessas. Quem é que pode gostar
disso?
A gente ama uma
cidade, tem encantos por uma cidade quando as coisas são bem tratadas, depois a
culpa é do povo que põe as coisas em qualquer lugar. Mas o Governo não faz o
dever de casa! Qual é a atividade de educação ambiental que é feita? Eu me
lembro das campanhas: riacho, córrego, arroio... arroio não é valão. E o que
acontece hoje em dia? Coloca-se tudo que é tralha, inclusive no Arroio Dilúvio.
Qual é o processo de educação ambiental que é feito? Nenhum. Mas o Governo
gasta uma babilônia de dinheiro nessas empresas picaretas, que nunca são
multadas. Eu vou repetir com as palavras que usei há pouco: empresas picaretas,
sem fiscalização alguma! O DMLU tem medo de aplicar multas? Deve o quê? Está
devendo? Tem medo de quê? Nós não vamos continuar aceitando essa questão da
sujeira em Porto Alegre.
Fala-se em Copa do
Mundo, fala-se em megaobras, fala-se disso ou daquilo; agora, não se cuida do
cotidiano da Cidade: o DMLU está a bangu! Não tem fiscalização, é uma vergonha!
Onde está o Governo?! Não vejo Governo! Não vejo Governança! Onde passo pela
Cidade, é lixo por todos os lados. Ver. Comassetto, na entrada da Restinga, ou
lá na Av. Ignês Fagundes, na esquina da principal Rua da Restinga, tem um
lixão. O povo da Restinga merece respeito, o povo do Centro merece respeito!
Não se faz mais educação para separar o lixo. Os galpões de reciclagem não
conseguem mais sobreviver, porque o lixo que chega é restolho. Olhem aqui,
levaram as pessoas da Vila Chocolatão para dez quilômetros daqui, e aqui, na
Av. Augusto de Carvalho, tem um transbordo, um caminhão que chega, e os
carrinheiros do Centro fazem de uma rua, ao lado do Centro Administrativo
Fernando Ferrari, um lixão. Eu não estou inventando! Eu desafio o Ver. Dib:
vamos lá agora para verificar! Não, o senhor terá dificuldades, o senhor é
cadeirante, as calçadas estão quebradas, a Cidade é uma bagunça! Nós não
toleramos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente; colegas Vereadoras; colegas Vereadores; senhoras e senhores, hoje
foi um dia de intervenções fortes aqui, nesta Casa, e muitas delas, meu prezado
Ver. João Antonio Dib, ainda sem respostas. Portanto, como Líder da oposição,
eu venho aqui, sim, recapitular algumas delas e esperar que, obviamente, o
senhor, como Líder da base de sustentação do Governo, possa nos trazer.
Começo pelo meu
colega de Bancada, Ver. Adeli Sell, que retrata o estado de abandono em que se
encontra a cidade de Porto Alegre no que diz respeito aos lixos.
Vereador DJ Cassiá,
ao senhor, que fala sempre “só quero ser feliz e andar tranquilamente na vila
onde nasci”, eu quero dizer que a vila onde o senhor nasceu está tapada de
lixo, que é a nossa querida comunidade lá da Restinga!
Se não fosse isso,
Ver. Pedro Ruas, o senhor traz aqui o fato de que o Ver. Sebastião Melo
empregou funcionários fantasmas, porque é isso que o Secretário Valter
Nagelstein está dizendo. Eu fiz uma conclusão e gostaria que a câmera mostrasse
aqui (Mostra o jornal.), porque acredito que esses funcionários fantasmas são
os responsáveis pelo camelódromo da Restinga, que é a porta de entrada da
Restinga. O camelódromo foi, inclusive, debatido aqui nesta Casa – aprovamos
Projetos de Lei – e foi abandonado! Lá foi colocado um tapume, e aqui o nosso
querido Jornal Restinga mostra isto – peço que a câmera se aproxime e mostre
para que toda a população possa ver, para que ninguém diga que estamos
mentindo. Isto aqui é o cartão-postal da Restinga, prezado Ver. Cecchim, e o
senhor se lembra de quando nós fomos lá e fizemos reunião com o senhor. Foi
aprovado aqui, nesta Casa, no Plano Plurianual, fazer o Centro Popular de
Compras na entrada da Restinga, que é uma necessidade. O que diz o jornal?
(Lê.): “Todos os tapumes caíram, os tijolos e os ferros foram roubados, tocaram
fogo no contêiner; hoje, até o material dos tapumes foi furtado ou quebrado,
deixando para trás uma terra arrasada com lixo, água parada, mosquitos da
dengue e um aspecto terrível para o lugar mais central do bairro Restinga”.
Ver. Adeli Sell e
Ver. Pedro Ruas, sabem quem é o responsável por essa Secretaria? A SMIC! Será
que os responsáveis por esse projeto são os funcionários fantasmas, que não
trabalham e abandonaram a obra? Nós queremos, precisamos de resposta sobre
isso! A Cidade quer debater esses temas, ela precisa de projetos de futuro, e o
nosso papel aqui é propor. É inconcebível que o lixo continue espalhado pela
Cidade, é inconcebível que a caliça seja jogada em cada esquina! É inconcebível
que não se tenha um projeto global! Agora dizem que, com uma nova licitação,
vão contratar um por R$ 240 milhões!
Portanto, meu prezado
Pancinha, gostaria de lhe dizer que não precisa declarar a área da Ponta Grossa
como Área de Interesse Ambiental, pois já está gravado no Plano Diretor, desde
o ano 2000, que a margem do Arroio do Salso é o Parque Linear Arroio do Salso;
o que precisa é ser executado pela Prefeitura! Porque, senão, a população pode
pensar que não fazemos nada! Não, nós já aprovamos o Parque Linear Arroio do
Salso! Por que os Secretários do Meio Ambiente não tiraram isso como
prioridade, prezado Beto Moesch? É isto que precisamos cobrar: por que não? E a
população está ocupando as margens do Arroio do Salso, um lugar alagado, e
depositando lixo! Essa é a realidade da falta de planejamento da Cidade, e
começamos com a Tribuna Popular.
Portanto, o
Secretário Márcio Bins Ely também deve respostas a esta Casa. Por que foi
manipulada a eleição do Plano Diretor? Será que é porque ela decide os índices
dos grandes projetos? Eu deixo isso aqui para que a população possa avaliar. Os
construtores desta Cidade sabem que demora 120 dias para ganhar uma DM –
Declaração Municipal –, que deveria ser online,
mas que tem que ter a assinatura do Secretário. Por que será isso? Um grande
abraço e obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 17h7min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0938/08 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que
proíbe a cobrança para a utilização de banheiros em estádios esportivos,
terminais rodoviários, terminais metroviários e espaços públicos no Município
de Porto Alegre e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 01-03-12 (quinta-feira).
- discutiram o Veto os Vereadores Alceu
Brasinha, Adeli Sell, Fernanda
Melchionna, Reginaldo Pujol, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, João Antonio
Dib, Bernardino Vendruscolo (cedeu p/Alceu Brasinha), Idenir Cecchim, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Airto Ferronato e Nilo Santos em 07/03/12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLL nº 023/08, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 023/08, com Veto Total.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente,
Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Ver. Brasinha, autor do
Projeto, quero lhe dizer que sou a favor da manutenção do Projeto, pela
derrubada do Veto. Por quê? Eu recebi inúmeras manifestações públicas em apoio
a essa medida, porque se trata de um serviço público elementar e obrigatório.
Uma pessoa que tiver uma necessidade fisiológica, se não tiver R$ 0,50 ou R$
1,00 para pagar o acesso ao banheiro, como é que fica? Não tem condições. Isso
tem que ser um serviço público. Se há a vontade de cobrar, tem que dar
alternativa, tem que ter um banheiro ao lado que seja público, no mínimo. O que
não pode é impor rigidamente a cobrança do espaço público para o uso de um
banheiro público.
Portanto, faz bem o
senhor quando propõe que seja garantido o acesso público. Tem custo? Tem, é
verdade, mas todos os impostos que nós pagamos não são para isso? São para os
custos da sustentabilidade de uma cidade. E aí se trata do quê? Da
sustentabilidade na manutenção da ordem pública, da limpeza urbana, da higiene
pública, para que as pessoas tenham acesso aos espaços destinados a essa
finalidade, que são os banheiros públicos. Portanto, não entendo as razões de o
Executivo estar vetando o seu Projeto, Ver. Brasinha, já que eu recebi inúmeras
manifestações voluntárias de apoio.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, desde já, agradecer a sua
colaboração, Ver. Todeschini. Realmente, quando o cidadão abre um restaurante,
uma pizzaria, uma farmácia ou um minimercado, o alvará da Saúde diz que tem que
ter banheiro. Claro que, em um complexo, como o Mercado Público, não pode ter
banheiro em todos os restaurantes, todos os bares, todas as bancas, como eles
pagam um aluguel ao condomínio – há um condomínio que administra –, o
condomínio teria que gerir um banheiro para as pessoas que usam os serviços,
por exemplo, do Mercado Público, que, quando vão lá comprar, já estão pagando
uma taxa para usar um banheiro. Eu acho um absurdo ser cobrado. Então, quero
lhe agradecer e dizer que, realmente, é uma coisa necessária, é saúde, é
social.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver.
Brasinha, a sua manifestação aqui enobrece o nosso debate. Quero dizer que essa
é uma questão de dispor um direito, de garantir um direito, porque existem
espaços, e o Mercado Público não tem espaço de banheiro público, somente com
cobrança de taxa de serviço. É pequena? É, mas, muitas vezes, essa quantidade
em recursos é o dinheiro da passagem que está reservado, é o dinheiro que está
contado, é o dinheiro que supre outras necessidades. Portanto, uma cidade
cuidada, uma cidade higienizada, uma cidade saneada, uma cidade limpa precisa
também da garantia desses espaços públicos, de livre acesso ao cidadão, ao
usuário. Ou é por acaso, por exemplo, que nós encontramos em ruas – vou citar
um caso – onde isso é deficitário, na Cidade Baixa: a quantidade de excrementos
nas calçadas é impressionante em determinadas ruas, impressionante! Por quê?
Pela ausência de banheiro público. Os comerciantes, os restaurantes, as casas
que têm alguma atividade comercial, não têm obrigação de ceder o acesso à
população em geral, mas o serviço público tem que prever esse serviço. Por
isso, penso que a proposição do Ver. Brasinha, além de ser meritória, é de alto
significado para a manutenção de uma cidade limpa, higienizada, sustentável e
que tenha qualidade de vida. O Aeroporto, por exemplo, alguma vez pensou em
cobrar taxa para ir ao banheiro? Não cabe esse tipo de coisa. Então, parece-me
que muitos têm preconceito em relação a esta questão: se é para pobre, tem que
cobrar. Por isso, o meu apoio pela derrubada do Veto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 023/08, com Veto Total.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, não consigo, Ver. Brasinha,
compreender a intenção do Veto desse Projeto tão singelo, mas tão necessário
para a população de Porto Alegre, vinda de um Prefeito que se diz sempre muito
preocupado com a população. O Veto a algo tão simples, tão significativo nos
preocupa, e queremos poder entender e saber qual é o interesse nessa questão.
Primeiro, todos os espaços públicos da Cidade deveriam se manter para o uso
público, deveriam ser, efetivamente, público, e o que a gente verifica, no
decorrer da história, é que, cada vez mais, os espaços públicos da Cidade têm
sido privatizados em detrimento de alguns interesses. Foi cedido, no Largo
Glênio Peres, um espaço para uma empresa particular fazer uma reforma e tomar
conta, efetivamente, do espaço de todo o Largo Glênio Peres, inclusive – e é o
outro Veto que vamos analisar logo a seguir – com a proibição da Feira de
Artesanato da Cidade, Ver. Pedro Ruas! Então, o espaço que é público, que
deveria ser público, acaba, de certa forma, sendo privatizado e, dessa forma,
penalizando principalmente a população mais carente da nossa Cidade.
A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Maria Celeste, eu queria
cumprimentá-la pelo pronunciamento. O outro tema que muito tem preocupado todos
nós é a cessão do uso do Largo Glênio Peres também imposta pela Secretaria
Municipal da Produção, Indústria e Comércio, representada pelo Secretário e
Vereador desta Casa Valter Nagelstein.
É bem como a senhora
está falando. Ocorre uma restrição dos espaços públicos, a privatização dos
mesmos, e nem sequer banheiro nos espaços totalmente públicos é garantido à
população. Segundo: nós fizemos um Pedido de Informações, quando debatemos o
Projeto do Ver. Brasinha, com o Veto do Prefeito, a respeito do banheiro
público do Camelódromo, porque é obrigado, por edital, ter um banheiro público
funcionando para a população, mas ele está lacrado, fechado, e só há um
banheiro que custa R$ 1,50 dentro do Camelódromo, uma ilegalidade. Até hoje,
não recebemos retorno da SMIC.
A SRA. MARIA CELESTE: Com certeza, não
teremos retorno sobre essa questão. E é importante que se fale sobre valores,
porque parece tão irrisório R$ 0,50, R$ 1,50 para se usar um banheiro que
deveria ser público, quando percebemos que no custo de uma viagem para o Centro
da Cidade, muitas vezes, as pessoas gastam além daquilo que podem simplesmente
para se deslocar na Cidade. Falo disso, porque Porto Alegre está entre as
capitais que têm o maior valor cobrado pelo preço da passagem de ônibus: R$
2,85 para se deslocar ao Centro, mais R$ 2,85 para retornar. E, quando as
pessoas precisam usar um banheiro público, ainda têm de pagar. Então, o custo
para o deslocamento de alguém que vem lá da periferia é extremamente alto,
simplesmente pela taxação que existe na Cidade da tarifa de ônibus, do
deslocamento e da privatização desses espaços públicos.
Mais do que isso –
também quero aqui fazer uma referência –, quem acaba sofrendo mais com toda
esta questão é a população de mulheres. A Ver.ª Sofia lembrava, há instantes,
esta questão: as mulheres são, de fato, as que mais usam o banheiro, em
diversas fases da sua vida, especialmente em diversas fases do mês, precisando
estar usando esse equipamento e tendo que pagar por ele, porque não têm um
lugar adequado. As mulheres, quando saem, carregam normalmente consigo os seus
filhos, e também as crianças usam, de forma mais rotineiramente, o banheiro,
necessitando desses espaços.
Então, eu não
compreendo que um Prefeito que se diz extremamente preocupado com a Cidade não
se preocupe com as coisas mais simples do ser humano, não se preocupe que a
população em geral, especialmente com as mulheres e as crianças, quando traz
este Veto para a análise aqui, nesta tarde. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o
PLL nº 023/08, com Veto Total. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 023/08, com Veto Total.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Mauro Zacher,
senhores e senhoras, eu agradeço à minha Bancada poder fazer o encaminhamento
deste tema. A Ver.ª Maria Celeste já tratou do tema, mas eu quero sublinhar.
Acho que nós, aqui, temos que pensar, como disse o Ver. Todeschini, na higiene
da cidade de Porto Alegre, na perspectiva do direito de todo ser humano de ter
o acolhimento em suas necessidades, quando está nos espaços públicos, sem ter
que pagar.
Mas um elemento nos
mobiliza e nos sensibiliza muito mais ainda, que é o tema das mulheres. As
mulheres sofrem sobremaneira com a dificuldade de acesso a banheiro público em
espaço público, porque, normalmente, são elas, as mães, as avós, as irmãs mais
velhas, que se deslocam com as crianças, e as crianças têm necessidades e, a
qualquer momento, elas ficam impacientes e não conseguem se segurar se não
acharem um banheiro. Então, imaginem uma mãe com uma criança com a roupa
molhada, ou com uma fralda com cocô, Ver. Tarciso, sem saber o que fazer, se não
tiver dinheiro.
E também as mulheres,
todo mês, vivem o problema da menstruação – a Ver.ª Celeste já deve ter
mencionado isso, mas eu, infelizmente, estava ocupada com outro tema e não ouvi
no detalhe –, que é gravíssimo, é um constrangimento que as mulheres passam de
diversas maneiras. Às vezes, é a roupa que mancha, ou há um derrame maior, um
mal-estar, uma necessidade de troca, que não pode ser feita em qualquer
banheiro. É muito complicado esse gerenciamento, que perdura muitos anos nas
vidas das mulheres. Nós, as Vereadoras mulheres – não sei, talvez, a Ver.ª
Fernanda há menos tempo que nós –, que vivemos muito nas ruas, sabemos do
constrangimento que passamos. Às vezes, estamos subindo morros, estamos em
situações das mais estranhas, nos horários mais estrambólicos, num trabalho
público, e sabemos como isso é difícil se não tem como utilizar um banheiro.
Este tema sacrifica,
Ver. Brasinha, especialmente as mulheres, quais sejam, as mulheres que saíram
para trabalhar, a mulher ambulante que trabalha no artesanato, que trabalha em
diferentes situações, que acrescenta jornada de trabalho e que soma, muitas
vezes, o cuidado com os filhos ao trabalho; soma, levando o menino ou a menina
junto, carregando os filhos para a creche, buscando-os na creche, levando-os
para um tio, para a avó, antes e depois de irem para o trabalho, vivendo uma
situação de constrangimento absoluto porque não tem onde fazer a sua
necessidade ou garantir a dos filhos. Então, quero chamar a atenção sobre isso.
E, de novo, quero
dizer que, em lugares frequentados pela classe média, como os shoppings, ou os aeroportos, por
exemplo, os banheiros são abertos e não têm custo. Os banheiros são abertos,
limpos, bonitos e não há custo extra. Por que os lugares em que as pessoas
pobres frequentam, majoritariamente, há custo? É um tema tão delicado, um tema
tão singelo, mas tão importante para a dignidade da pessoa. Então, eu acho que
é perfeitamente possível a rodoviária, o Mercado Público, o Camelódromo, por
exemplo, incorporarem no seu custo a manutenção do banheiro gratuitos e
públicos, assim como eu acho que é perfeitamente possível, Ver. Pedro Ruas, as
empresas de ônibus, nas paradas de ônibus com um maior número de pessoas,
fazerem isso com o apoio e organização da Prefeitura. É só diminuir um
pouquinho o lucro desses empreendimentos.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Haroldo de
Souza reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu
Brasinha, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar a votação do PLL
nº 023/08, com Veto Total.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, realmente, Ver.ª Sofia
Cavedon, eu começo a imaginar e pensar que a dificuldade é redobrada para as
mulheres, com certeza, porque o homem tem mais facilidade, mas, para as
mulheres, é difícil, Ver. Tarciso.
Mas quero também
dizer que, em um shopping, como o
BarraShoppingSul, ou o Praia de Belas, ou o Iguatemi, onde eu moro mais perto,
tu chegas lá e tu tens acesso ao banheiro; banheiros bons, de qualidade, bem
cheirosos, e ninguém cobra nada. Imaginem, nesta Cidade, todos os restaurantes,
todo o comércio, a farmácia, o minimercado, tem o seu banheiro. Claro que, em
um complexo como a Rodoviária, cada um não poderia ter o seu banheiro, mas ali
existe taxa de manutenção, de limpeza, existe taxa de embarque e existe aquele
cidadão que vai lá, gasta, come, seja no almoço ou na janta. Ver. Dib, eu sei
que o senhor não concorda comigo, mas eu quero dizer que o senhor pode estar
equivocado, porque o cidadão tem que ter livre acesso a qualquer lugar público.
Eu não consigo entender o que é legal, então. Se isso é ilegal, Vereador, então
eu quero saber o que é legal, o que a Constituição diz, o que a Constituição
reza. Porque a Constituição não pode ser tão radical e ser contra um banheiro.
E são as pessoas mais humildes que mais precisam. Aquelas pessoas que vão ao
Mercado Público não são as mesmas pessoas que frequentam um supermercado de
alto gabarito; são pessoas que vão até lá para achar uma promoção em uma banca
para comprar. E elas ainda têm que subir a única escada rolante existente para
terem acesso ao banheiro público. Mas eu também começo a pensar que o Mercado
Público tem mais de 100 comerciantes lá dentro. Acho que quem sabe melhor é o
ex-Secretário Ver. Adeli Sell, que conhece tão bem o Mercado Público e que
poderia me dizer quantas lojas e quantos empresários tem lá. E, aliás, diga-se
de passagem, no Mercado Público, há bons empresários, bem-sucedidos, boas
empresas estão lá, e elas podem, tranquilamente, qualquer uma delas, custear um
banheiro limpo e adequado para a população usar na hora que necessitar.
Assim também é o
Camelódromo. Lá, tem mais de 800 bancas, e o cidadão que aluga o seu espaço,
seu boxe, já paga uma taxa por tudo, e ainda querem cobrar dele também pela
utilização do banheiro? Eu acho isso um absurdo! Hoje, virou moda cobrar pelas
coisinhas pequenas, mas, no montante, isso tudo fica muito grande, Ver. Dib,
porque entra muita gente, é muito popular, muita gente usa. Certamente o valor
que é cobrado na Rodoviária, no Mercado Público, no Centro Popular de Compras,
faz falta para o cidadão levar, quem sabe, o pãozinho para a sua casa, o café,
Ver. Pancinha, que custa RS 1,75, R$ 1,50, para a família. Aí, o cidadão, para
não passar vergonha, para não abalar a sua autoestima, paga o banheiro para
usar. Não acho nada errado; acho certo nós votarmos derrubando o Veto, porque é
certo, é dever do Poder Público dar qualidade ao cidadão que precisa ter acesso
a um banheiro.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 023/08, com Veto
Total.
O SR. NELCIR TESSARO: Ver. Haroldo de
Souza, presidindo a Sessão; colegas Vereadoras; Vereadores; público que nos
assiste, venho a esta tribuna, em nome do PSD – meu Partido e dos Vereadores
Tarciso Flecha Negra e Bernardino Vendruscolo –, dizer que apoiamos o seu
Projeto, Ver. Brasinha, embora eu entenda que nele exista uma pequena
distorção, Ver. João Antonio Dib, que é a inclusão da Estação Rodoviária. Por
ser ela uma permissão especial, há uma dificuldade, pois não podemos ter
ingerência nas concessões estaduais, não podemos influir na sua administração,
no seu conteúdo, mas acredito que possamos, quem sabe no próximo ano, numa lei
específica, fazer essa adequação, e assim ficar melhor para toda a sociedade.
Não podemos permitir
que Porto Alegre não tenha banheiros públicos para abrigar as pessoas que
transitam pelo Centro da Cidade. Na semana passada, eu e o meu colega Ver.
Bernardino paramos no Centro da Cidade, próximo ao Largo Glênio Peres, e
ficamos ali analisando e procurando, no entorno do Mercado Público, onde
haveria banheiros. Caminhamos em todo o Centro e verificamos que na Praça da
Alfândega também há essa dificuldade. Também vimos a dificuldade que há dentro
do Mercado Público para as pessoas que por ali transitam e necessitam
urgentemente buscar um banheiro. Também não podemos admitir uma concessão
municipal, como é o Camelódromo, ter explorado o banheiro com pagamento de
taxa.
O Ver. Cecchim até
falou naquele dia que havia um banheiro ao lado dos ônibus, na parte inferior,
mas não dá para usar aquele banheiro, porque não há condições de uso. As
pessoas que ficam ali embaixo, no Camelódromo, e usarem aquele banheiro, vão
sair dali doidas. Não há condições mínimas de usarem aquilo ali. Agora, o que
não pode é nós termos a elite usando o banheiro, lá na parte superior, no
segundo andar, terceiro andar, no restaurante, que tem seu banheiro; e o
público que frequenta o Camelódromo ter que pagar. Isso não é justo.
Eu acho que está na
hora de o Mercado Público, Camelódromo e outros pontos municipais terem um
banheiro gratuito, com manutenção.
Aproveito aqui para
pedir que façam a manutenção em todos os banheiros. Não tem condições de
cuidar? Contratem pessoas terceirizadas. No Brique da Redenção, onde o banheiro
é público, vamos dar condições, no mínimo, de ter uma pessoa ao lado, para que
possa dar atenção e cuidar do banheiro.
Nós não temos as
parcerias nas nossas praças de Porto Alegre com saquinhos plásticos para as
pessoas que pegam os seus cachorros e vão passear nos parques? Ficam ali os
saquinhos, gratuitamente, disponíveis. Embora, neste final de semana, eu estive
olhando, cidadãos porto-alegrenses, enrolando metros e metros daqueles
saquinhos e levando embora. Aqueles saquinhos são justamente para a pessoa
utilizar ali. O banheiro também é para a pessoa utilizar e cuidar. A sociedade
também tem que se conscientizar de que tem que cuidar do que é do público.
Então, é importante
que a Prefeitura mantenha limpo esses banheiros, mantenha em condições de uso.
Espero que mantenha em condições, não nas condições em que está mantendo os
nossos contêineres de lixo, não é, Ver. Adeli Sell? Ali na Praça do Largo
Glênio Peres, aquilo está afugentando o turista, porque ele olha para aquilo
ali e diz: “Isso aqui é o depósito de lixo da Capital!” Não se pode mais usar
aqueles contêineres, e nós não queremos que os nossos banheiros da Cidade se
transformem naquilo. Defendemos o banheiro público, mas defendemos que a
Prefeitura coloque – e tem condições, sim – pessoas terceirizadas; há
servidores do DMLU, ou faça uma contratação terceirizada para a manutenção e o
cuidado. E também que a Guarda Municipal cuide, como se fosse o patrimônio, da
parte externa, e eu tenho certeza de que teremos lugares adequados para receber
o cidadão e a cidadã. Muito obrigado. E estamos votando para derrubar o Veto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº 023/08, com Veto
Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, esse Projeto do Ver. Brasinha – simples –
foi aprovado por unanimidade da Casa. Ah! Vão dizer o seguinte: “Não houve
votação nominal?” Sim. Não houve nenhuma voz que se erguesse em contrário.
Então, evidentemente, é um Projeto que tem que ser considerado como fruto da
vontade do coletivo desta Casa.
Segundo, Ver. Braz:
na nossa Comissão de Constituição e Justiça, o Parecer foi favorável. O Parecer
da Ver.ª Maria Celeste foi aprovado também por unanimidade; na Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, foi
favorável, e na Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, da mesma forma,
foi favorável.
Então, até agora, o
Projeto transcorreu livremente, Ver. Paulinho; todos apoiam, todos aplaudem,
todos aprovam. Veio um Veto, e o Veto diz, meu caro Ver. Manfro, que a matéria
é meritória, mas que tem problemas de constitucionalidade. Porque, veja bem,
Ver. Brasinha, segundo o Veto, o seu Projeto invadiu a competência do Prefeito
Municipal. Ora, quando eu discuti a matéria aqui, eu já disse que é demais
querer estabelecer essa matéria tão simples como sendo uma matéria de
competência privativa do Prefeito Municipal. Disse mais: eu tenho um
comportamento do qual não pretendo me afastar enquanto estiver aqui nesta Casa,
de que esta alegação de vício da iniciativa precisa ser muito forte, muito bem
demonstrada, muito clara para me convencer, porque, se nós concordarmos que o
artigo 94 da Lei Orgânica, Ver. Tessaro, é absoluto, regula sobre tudo, até
sobre o fim do mundo, então não tem mais nada para fazermos aqui, nesta Casa,
porque até a simples denominação de rua que nós fazemos, de certa forma, cria
um ônus para o Município: o ônus de fazer a placa. Normalmente a gente consegue
fazer a placa, porque, se não a fizer... O Município não faz a placa nem para
as ruas tradicionais, que dirá para aquelas que a gente denomina.
Então, por tudo isso,
Vereadores, estou reafirmando uma posição favorável e faço questão de dizer que
não é uma mera solidariedade ao amigo pessoal, que é o Ver. Brasinha; não, é
uma convicção.
Se houvesse uma
alegação consistente quanto ao mérito, quanto à inconveniência, quanto ao abuso
de competência ou a qualquer coisa dessa ordem, eu provavelmente poderia rever
a minha posição, porque só não muda de posição quem não as tem, mas não há esse
argumento; o argumento é todo de uma sutileza jurídica muito ampla e navega
sobre esse sistema extremamente escorregadio, que é a chamada iniciativa
privativa do Prefeito da Cidade, do Governador do Estado e do Presidente da
República, que é um dos resquícios mais nefandos desse exacerbado
presidencialismo que, aqui no País, gera essa circunstância que se transfere
para os Estados e para os Municípios.
Por isso, Ver. Elói
Guimarães, o meu voto, nesse particular, é uma bandeira sustentada de buscar
não submeter aos colegas Vereadores e à Câmara em seu todo essa camisa de força
que tentam lhes incutir, impedindo-lhes de legislar nas situações mais simples
da Cidade.
Parece-me que esta
matéria deveria estar estabelecida até no Código de Postura do Município,
porque, na Lei Maior, na Lei Orgânica, não há referência, mas na Lei que
instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, indiretamente
nós já legislamos ao dizer que os grandes estabelecimentos, os médios
estabelecimentos, todos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 023/08, com Veto
Total.
(O Ver. Mauro
Zacher reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Brasinha, venho aqui fazer um
encaminhamento, apesar de o meu voto já estar decidido. Vou votar
favoravelmente ao Projeto para derrubar o Veto, porque acho que o Projeto de V.
Exa. é extremamente meritório.
Pela admiração que
tenho pelo Prefeito Fortunati, tenho que pedir, através do Líder do Governo, na
Casa, meu querido amigo Ver. João Dib, que os técnicos que são escolhidos para
escrever as razões do Veto sejam melhor selecionados ou que estudem um pouco
mais, Ver. João Dib, porque é impossível o que está escrito aqui nas razões do
Veto. (Lê.): “À luz do inc. IV do art. 108 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, cabe a este a instituição de impostos sobre serviços de qualquer
natureza”.
Quem é que disse que
o que é cobrado nos mictórios, nos sanitários, alguma vez pode ter sido chamado
de imposto ou de tributo? Não é, em hora nenhuma! Isso é um preço público, Ver.
João Dib. É só isto: um preço público.
Olha, o cidadão não
podia justificar o seu Veto dessa forma, porque eu voto aqui pelo que está
escrito, por aquilo que as pessoas mandam para cá.
Os técnicos da
Prefeitura Municipal – sei que alguns são exuberantes, são muito bons – não
podem cometer falhas como essa, porque não podem tratar a Câmara assim, como se
aqui ninguém entendesse absolutamente nada do que está sendo votado. Não pode
ser assim, mas está escrito aqui nas razões do Veto.
Eu, que já ia votar a
favor do Projeto do Ver. Brasinha, contra o Veto, mais uma razão encontrei para
que isso aconteça.
Eu tenho certeza
absoluta de que o meu querido amigo Ver. Mario Manfro, que é o Líder da minha
Bancada, também está me autorizando a fazer este encaminhamento, para que a
gente vote contrariamente a este Veto, mais pelo mérito, Ver. Brasinha, mas
também eu não poderia deixar de falar aqui dessa bobagem que eu não sei quem
foi que escreveu, mas escreveram aqui, nas razões do Veto que foi enviado para
cá.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 023/08, com
Veto Total.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, meu caro Ver. Luiz Braz, V. Exa. votou
favoravelmente à aceitação do Veto na Comissão que V. Exa. preside.
A Exposição de
Motivos do Prefeito para o Veto – eu vou ler apenas um parágrafo – diz (Lê.):
“Por outro lado, e sem adentrar no exame do aspecto meritório da iniciativa
patrocinada pelo autor, entendo, da mesma forma como apontado no Parecer Prévio
da Procuradoria desse Legislativo Municipal, que ao dispor sobre a gratuidade
para utilização dos banheiros naqueles bens públicos objeto de concessão
estadual ou federal, o Projeto avança sobre matéria de competência do Estado ou
da União”.
Então, eu tenho a
certeza de que o Veto será aceito. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação
nominal o PLL nº 023/08, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM e 05 votos NÃO. Rejeitado o Veto Total.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4235/09 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/09, de autoria da Verª Maria Celeste, que
reserva às pessoas provenientes de abrigos, albergues ou casas de acolhida do
Município de Porto Alegre e inseridas em programas de assistência social 3%
(três por cento) das unidades habitacionais populares dos programas implantados
pelo Executivo Municipal e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela rejeição do
Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 01-03-12 (quinta-feira).
- discutiram a matéria os Vereadores M.
Celeste, N. Tessaro, F. Melchionna, S. Cavedon, Dr. T. Duarte e B. Vendruscolo
(cedeu p/ Dr. T. Duarte) em 12-03-12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão
o PLL nº 204/09, com Veto Total. (Pausa.) A Ver.ª Maria Celeste está com a
palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto Total.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, novamente veio à discussão este Veto, com aspecto
jurídico colocado em primeiro lugar no que tange à inconstitucionalidade e ao
vício de iniciativa dos Vereadores desta Casa. O mesmo argumento foi colocado
no Veto ao Projeto do Ver. Brasinha, como se simplesmente a Assessoria do
Prefeito fizesse um “recorta e cola” em todos os Vetos que chegaram a esta
Casa. A argumentação é a mesma: a isonomia prevista no art. 5º da Constituição
Federal. Eu tive a graça e a felicidade de, na Comissão de Constituição e
Justiça, ter como Relator o Ver. Waldir Canal, que fez um arrazoado, no seu
Parecer, desconstituindo toda a argumentação jurídica. E eu quero aqui lhe
agradecer, Ver. Waldir Canal, porque o senhor, além do mérito do Projeto,
indiscutível – e já discutíamos da necessidade da reserva de 3% de moradias dos
loteamentos habitacionais da Cidade para os moradores de rua da cidade de Porto
Alegre –, da valorização da dignidade da pessoa humana que está prevista na
Constituição, o senhor faz um Parecer trazendo teses de juristas que
desconstituem o Parecer da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, quando embasa
o Veto Total a este Projeto simplesmente no vício de iniciativa, e que os Vereadores
não poderiam legislar sobre esta matéria.
Ora, em Porto Alegre,
nós temos uma realidade dura, triste; não há quem não passe no Centro da Cidade
e não veja um morador de rua deitado nas calçadas. Cada dia mais esse problema social se agrava, aumenta o número de pessoas –
homens e mulheres – que vivem nessa indigência total. Havia um discurso do
Diretor do DEMHAB, dizendo que já operam dessa forma, de que já há, mais ou
menos, 3% da destinação dos loteamentos para os moradores de rua. E a gente sabe
que, na vida real, isso não é verdade! Isso não acontece, porque, cada vez
mais, aumenta a população de rua e, cada vez mais, nos deparamos com essa
triste situação, especialmente no Centro e nos bairros dos arredores.
Hoje, pelas
estatísticas, temos em torno de 1.800 moradores de rua. Na Conferência
Municipal de Assistência Social, no ano passado, falava-se, Ver. Mario Fraga,
em 4 mil moradores de rua na cidade de Porto Alegre. Então, este Projeto vem
garantir, através da Lei, uma responsabilização maior, ou uma determinação
maior, para que, efetivamente, em todos os loteamentos da cidade de Porto
Alegre, haja a destinação de vagas para os moradores de rua. Mais do que isso,
nos traz uma reflexão. Nós temos, para os adolescentes e para os jovens, várias
instituições e vários convênios, como a Fundação de Assistência Social, onde os
jovens ficam albergados, onde os jovens ficam abrigados por questões
institucionais, e, ao longo dos anos, especialmente até os 18 anos, usufruem
desse atendimento. Quando chegam aos 18 anos, eles simplesmente são colocados
para fora dos abrigos, sem um local para esses jovens conviverem. O que
acontece? Retornam para as ruas, acumulando um número cada vez maior de jovens
nas ruas da Cidade, aumentando o número de moradores de rua.
Então, este Projeto
vem, dessa forma muito singela, resolver duas situações dramáticas; primeiro,
dar moradia digna para os moradores de rua e, segundo, garantir que aqueles
jovens que saem dos abrigos aos 18 anos, que não têm residência, não têm familiar,
não resgataram o vínculo familiar, tenham um local adequado para morar.
Portanto, peço aqui
aos nobres Pares que derrubemos este Veto para que essa lei se constitua,
efetivamente, na prática, e possamos diminuir o número de moradores de rua na
cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto Total.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; colegas Vereadores e Vereadoras, venho a esta tribuna, novamente,
mas agora para defender o PLL nº 204/09, de autoria da Ver.ª Maria Celeste.
Este Projeto foi
vetado pelo Executivo, e entendo que isso não tem sustentação, pois estamos
vendo, nesta Cidade, tantas e tantas pessoas que proveem de abrigos, de
albergues, de casas de acolhimento, que se tornam moradores de rua por não
serem beneficiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.
Nessa esteira, venho
falar de um Projeto que não é aplicado pela Prefeitura, do Cadmut, Cadastro
Único no Município de Porto Alegre para as moradias sociais do Minha Casa,
Minha Vida, que, com toda certeza, iria contemplar e trazer a real quantidade
de pessoas que estão necessitando de atendimento prioritário do Executivo. Aqui
estabelece 3%. Nós sabemos também, Ver.ª Celeste, que a Lei determina para as
pessoas portadoras de deficiência um percentual – o Município diz que é até 5%,
que é 6%, vai até 10%, mas, na realidade, o que está sendo aplicado no Minha
Casa, Minha Vida não chega a 1%. Dizer que essas famílias já estão sendo
atendidas, hoje, pelo Município é o mesmo que dizer que todas as pessoas
portadoras de deficiência física estão sendo atendidas, o que não é verdade.
Nós visitamos, pela Comissão de Direitos Humanos, lá na Restinga, as casas
fechadas e outras pessoas usando essas unidades habitacionais. Dizer que estão
sendo atendidos todos programas e determinações legais na habitação social não
é verdadeiro, porque se está colocando gente da Zona Norte lá na Zona Sul.
Serão entregues mais
500 unidades, na próxima semana, e o cadastro da Caixa Econômica Federal está
lá para quem quiser ver, pessoas de toda a Cidade sendo colocadas na Zona Sul
em detrimento das pessoas que estão necessitando. O Programa, que é específico
e que há muito tempo vem sendo aplicado destina às mulheres chefes de família a
prioridade na entrega dessas moradias sociais, mas essa determinação também não
vem sendo atendida. Isso é lamentável. Lembro-me de que o Ver. Waldir Canal
tinha um projeto semelhante, que não foi aprovado com a alegação de que já
existe no Município, na legislação, no Estatuto da Cidade, a reserva para
portadores de deficiência física; vejam bem, estão sendo colocados 3%, e a Lei
Federal determina 6%; mas, na verdade, não há nenhuma reserva.
Esta Casa aprovou, há
três anos, uma lei que determina que sejam feitas reservas em todos os
loteamentos do Município ou condomínios de habitação social de zero a três
salários mínimos, para a Segurança pública. Eu nunca vi um programa ou um
chamamento na Brigada Militar ou na Polícia Civil para que fossem feitas
inscrições para os soldados que vêm do Interior e que ficam morando no meio das
vilas; lá, quando saem ou retornam de casa, têm que esconder suas fardas, com
medo de serem identificados. Eles saem para nos dar segurança, mas deixam suas
famílias inseguras, porque não têm onde morar, e também não são atendidos pela
legislação.
Então, veja bem,
Ver.ª Maria Celeste, por que vetar este Projeto, se basta fazer a contemplação
dessas mesmas famílias? Todas estão necessitando de habitação. Se fossem deixar
3% para as pessoas que têm renda acima de três salários mínimos, concordo que
tinha que ser vetado, mas essas famílias estão no rol daquelas 50 mil que se
inscreveram, e o Município não está obedecendo ao cadastro que deve ser feito.
Então, está na hora
de obedecermos às legislações e seguirmos as leis que são aprovadas nesta
Câmara de Vereadores. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto Total.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Eu começo onde
o Ver. Nelcir Tessaro parou. O Vereador falava do atendimento ao Cadastro
Único. Digo mais, Ver. Nelcir Tessaro: a nossa situação é tão grave, que nem
sequer são públicos esses dados do andamento do chamamento das pessoas no
cadastro realizado em 2009. Nós achamos isso absolutamente absurdo! Como pode,
em pleno ano de 2012, a população não ter acesso à listagem dos nomes daqueles
e daquelas que estão sendo chamados conforme o cadastramento feito em 2009? É
uma situação extremamente grave, extremamente preocupante! E a Câmara de
Vereadores, que é um dos Poderes constituídos para fiscalizar o Executivo, não
tem acesso a essa listagem. Portanto, registro aqui o meu protesto em relação a
isso. Está mais do que na hora de serem públicos e digitais a execução da lista
e os projetos contemplados.
Segundo: venho trazer
a posição da Bancada do PSOL – formada por esta Vereadora e o Ver. Pedro Ruas
–, favorável ao Projeto da Ver.ª Maria Celeste. Reservar 3% das unidades
habitacionais àquelas pessoas em situação de rua. É um Projeto meritório, Ver.ª
Maria Celeste, um Projeto que mostra preocupação com as 50 mil pessoas na
cidade de Porto Alegre que estão em situação de rua e que, muitas vezes, não
estão sendo contempladas por esse cadastro nebuloso, que ninguém sabe, não
aparece essa listagem de chamamento para a contemplação no Programa Minha Casa,
Minha Vida.
Por outro lado, quero
falar do absurdo do Veto do Prefeito em concordar com Vossa Excelência, Ver.
Waldir Canal, quando, no seu Parecer em relação ao Veto, o Prefeito Fortunati
coloca que isso não é matéria para Vereadores legislarem porque seria
atribuição do Executivo. O Ver. Waldir Canal cita, no Veto, Hely Lopes
Meirelles, um dos maiores mestres em Administração Pública, que relembra (Lê.):
“Leis de iniciativa exclusiva do Prefeito são aquelas que só a ele cabe o envio
do Projeto à Câmara. Nessa categoria, estão as que disponham sobre criação,
estruturação e atribuições das secretarias, órgãos e entidades da Administração
Pública Municipal; a criação de cargos, funções ou empregos públicos na
Administração direta e autárquica, fixação e aumento de sua remuneração; o
regime jurídico dos servidores municipais e o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias, os orçamentos anuais e créditos suplementares [e especiais].”
Ora, nenhuma dessas
matérias está sendo legislada pela Ver.ª Maria Celeste; pelo contrário, é uma
reserva de vagas sobre as unidades habitacionais do Programa, 3% de reserva de
vagas reservadas para as pessoas em situação de rua.
Então, quero dizer a
vocês que é simplesmente ridícula a argumentação para o Veto Total ao Projeto,
assim como o Projeto coaduna com a Lei Orgânica do Município e coaduna com uma
preocupação necessária.
Eu gostaria de ter
feito um protesto, Ver.ª Maria Celeste, em 28 de janeiro, mas, como vocês bem
sabem, o meu pai estava muito doente e veio a falecer no dia 1º de fevereiro.
No dia 28 de janeiro, eu estava indo ao hospital e encontrei uma moradora em
situação de rua em frente ao Santander Cultural em coma alcoólico grave, jogada
no chão. Liguei para o SAMU, Ver. Adeli Sell, e o SAMU disse que não atenderia
porque era moradora de rua. Então, me identifiquei: “Sou Vereadora e quero
saber o nome do médico plantonista, porque farei essa denúncia”. Bom, não
preciso dizer a vocês que, depois de me apresentar, em 20 minutos chegou a
ambulância do SAMU. Agora, se o SAMU não pode atender casos em relação aos moradores
de rua, quem pode? Eu havia ligado para o Centro Regional da FASC, Ver. Dr.
Thiago, que não atendeu. Liguei para o Ilê Mulher, que não tinha unidade para
fazer aquela intervenção e fiquei absolutamente preocupada, porque moradores de
rua são cidadãos e cidadãs como qualquer um de nós, não podem ser desprezados
pelo Poder Público! Não pode alguém em coma alcoólico, em frente ao Santander
Cultural, não ser atendido por nenhum órgão Municipal...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto
Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero agregar à manifestação que eu fiz
no Projeto anterior algumas novas referências, sendo que a primeira é a de
destacar o brilhante Parecer que o Vereador Líder do Partido Republicano
Brasileiro, Waldir Canal, ofereceu a este Projeto. Eu não votei nem a favor e
nem contra o seu Parecer, porque, na data em que ele foi votado, 16 de
dezembro, bastou que ocorresse o quórum necessário para que ele fosse
disponibilizado pela Diretoria Legislativa. Certamente, eu votaria a favor, até
porque ele é extremamente bem redigido e, sobretudo, calcado em um estudo
aprofundado a respeito de uma matéria pela qual eu também sou apaixonado e que
nós, legisladores, temos que esclarecer devidamente para nos livramos, como eu
disse anteriormente, da camisa de força do art. 94 da Lei Orgânica do Município.
Mas eu quero
salientar mais um fato, Ver. Bernardino Vendruscolo. No dia em que votamos esta
matéria, estavam presentes aqui pessoas do DEMHAB e da FASC, que nos disseram o
seguinte: “Mas nós já garantimos 3%. Por que a Vereadora está insistindo com
5%?” Então, nós combinamos entre nós – e o Ver. Mario Manfro foi o autor da
Emenda, com o Ver. Airto Ferronato subscrevendo na condição de Líder, porque,
naquele momento, só poderia tramitar uma emenda que tivesse a subscrição da
Liderança –, e aí nós encaminhamos, mais uma vez, pela aprovação por
unanimidade, porque foi o conjunto da Casa que coordenou aquela solução,
fixando nos 3%, que era o que já vinha sendo praticado pelo Município. Como eu
apoio o que vem sendo praticado pelo Município e quero que ele continue sendo
praticado, acho que não há nenhum exagero da nossa parte em consolidar esta
Lei. Se é boa a prática, se o Município, inclusive, em um momento esperado e
independente de leis, já vem fazendo isso, quem nos garante que o próximo
Prefeito vá ter a mesma inspiração que tiveram os atuais? Quem nos garante que
o dirigente da FASC vá ser alguém com a capacidade, com o tirocínio, com o
desejo de acertar do nosso querido Ver. Kevin Krieger? Quem nos garante isso,
Ver. Todeschini? Ora, eu não quero retirar méritos de ninguém, mas quero dar
esse mérito à Ver.ª Maria Celeste, que teve a sensibilidade de trazer à
discussão e ao debate esta matéria, que foi enriquecida pela Emenda do Ver.
Mario Manfro, o que a transformou numa verdadeira emenda coletiva, até porque a
Emenda do Ver. Mario Manfro só prosperou em função do Ver. Airto Ferronato, que
convalesceu na condição de Líder.
Então, tudo isso nos
deixa uma situação muito elementar. Seria uma injustiça, num capitis diminutio por esta Casa, nós não
rejeitarmos este Veto e não aprovarmos este Projeto. Eu, certamente, estarei
comprometido com aqueles que querem aprovar o Projeto e, evidentemente, não
acolher o Veto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto Total.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher, Srs. e Sras. Vereadoras, primeiro, quero parabenizar esta Casa.
Eu fiquei muito orgulhosa e emocionada com a derrubada do Veto envolvendo o
tema dos banheiros. Foi muito bonito; acho que fizemos um longo debate em dois
turnos, e é uma posição corajosa desta Casa, afirmando uma leitura que a Câmara
tem de uma necessidade e determinando que seja feito na Cidade.
Eu entendo, Ver.ª Maria
Celeste, que o teu Projeto tenha o mesmo sentido, porque nós sabemos, Ver.
Tessaro e Ver. Haroldo, que a demanda pela habitação é muito grande. Não dá
para dizermos que é jogo fácil resolver problema de moradia; nós temos 50 mil
inscritos só no Minha Casa, Minha Vida. Agora, ajuda o Governo se a Câmara diz:
“Reserve um percentual para essa situação”. E por que eu acho que tem de
determinar? Porque, senão, a Prefeitura Municipal tem tantas famílias para
acomodar e dificilmente consegue fazer o corte necessário para o sucesso da sua
política pública. É nisso que eu insisto, porque, se a Prefeitura Municipal vai
fazer intervenção num morador de rua, Ver. Canal, ela faz a intervenção, ela
propõe, ela faz o tratamento, coloca no abrigo noturno, vai lá, encaminha à
Saúde, coloca num trabalho, mas ele não tem onde colocá-lo para morar, e ele
volta para a rua! A Prefeitura faz a abordagem do jovem, do menino em situação
de rua, abrindo um número imenso de abrigos, mas, quando o jovem chega aos 18
anos, não pode mais ficar no abrigo, Ver.ª Fernanda, porque é uma política para
a criança e o adolescente, não é para o adulto. E nós temos a situação da Casa
Amarela, nós temos um menino nosso que está aqui lindo, maravilhoso, na
jardinagem, que os senhores encontram nesta Casa, que mora num abrigo. Quando
ele fizer 18 anos, ele não tem para onde ir! Então, todo um esforço público de
conveniar um abrigo, de reconstruir os projetos de vida dessas crianças que já
foram abandonadas, que sofreram violência na sua família... É muito difícil
essa reconstrução; chegam aos 18 anos, eles voltam para a rua! Então, se a
Prefeitura Municipal não tiver determinado que ela reserva vaga, ela não
consegue, nem ela – nem ela –, puxar todo o investimento que ela fez à moradia,
porque tem a pressão lá, na Zona Norte, na Zona Sul, no movimento não sei qual
– que é tudo legítimo, mas nós temos que pensar que precisamos fechar o
circuito da proteção social. E esta é a intenção do seu Projeto, fechar o
circuito, senão nós perdemos o investimento, nós pulverizamos a nossa ação, nós
devolvemos para a rua seja o menino ou menina em que investimos no abrigo, seja
o jovem adulto, a família que está morando embaixo do viaduto e em que a
Prefeitura Municipal interveio, em que a Prefeitura Municipal propôs ações, de
que a Prefeitura Municipal fez abordagens, e etc. Mas, se não tiver a moradia,
não termina, não constrói a independência, não constrói a autonomia, não
constrói a emancipação para a saída daquela situação. Então, imaginem uma
abordagem de uma família na rua. Se consegue um Bolsa Família, pronto, vai para
a moradia, e a coisa evolui.
Então, acho que é
para o bem do Governo a Câmara normatizar, a Câmara definir como lei. É
necessária essa política, senão não fecha o círculo da proteção social da construção
da autonomia, da superação, da situação de vulnerabilidade.
Então, eu acho que,
de novo, como nós fizemos com os banheiros públicos, nós temos que sinalizar
para o Governo. É importante, é definitivo para o sucesso de uma política
pública social a discriminação do percentual de moradia para a população de
rua; isso vai proteger o Governo em relação, por exemplo, àquele bloco de
apartamentos que conquistou a Zona Norte: eles já sabem, é lei, tem que separar
3% para os de situação de vulnerabilidade. É isso, pronto, está argumentado
para a população. Então, derrubar o Veto vai ajudar a garantir sucesso...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Thiago
Duarte está com a palavra para discutir o PLL nº 204/09, com Veto Total.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher, eu quero aqui oportunizar ao nosso
público ouvinte o acesso às razões do Veto, acho que isso é muito importante:
“O Projeto de Lei em análise visa reservar 3% (três por cento) das unidades
habitacionais populares dos programas implantados pelo Executivo Municipal para
as pessoas provenientes de abrigos, albergues ou casas de acolhida do
Município de Porto Alegre e inseridas em programas de assistência social.
Embora não se desconheça o cunho meritório da iniciativa do aludido Projeto de
Lei, força a análise conjunta com as normas federais que fixam percentuais e
parâmetros obrigatórios a serem seguidos nos programas habitacionais. O Programa
Minha Casa, Minha Vida, federal, já prioriza o atendimento às famílias
residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas e as
que tenham mulheres como responsáveis pela unidade familiar. Outrossim,
assegura às famílias de que façam parte pessoas portadoras de deficiência o
mínimo de 3% do total de unidades habitacionais construídas no âmbito do
Programa Minha Casa, Minha Vida, em cada Município. Nesta senda, a Portaria nº
610/11, do Ministério das Cidades, estabelece critérios de priorização e as
condições e procedimentos para a seleção dos beneficiários do programa, dentre
os quais a reserva de mínimo de 3% das unidades habitacionais para atendimento
aos idosos”. E segue sendo colocado, e isso já vem sendo acoplado pelo Município
de Porto Alegre.
Eu quero dizer duas
coisas que eu julgo muito importantes. Eu acho que a primeira foi trazida pelo
Ver. Bernardino e por outros Vereadores no ano passado, que é a discussão da
questão dos moradores de rua. Eu visitei, com a Comissão, o abrigo municipal,
que fica exatamente no local da minha antiga escola infantil, quando eu tinha
quatro anos, a Bambi. Eu estudei na Escola Bambi aqui, no Centro, onde hoje é o
abrigo municipal da FASC. E lá eu constatei, em visita – o Mauro, que trabalhava
no Gabinete do Ver. Nedel, hoje o coordena –, que infelizmente aqueles
abrigados passam a ser moradores permanentes e não se tem a rotatividade que se
deveria ter. Isso, realmente, Ver.ª Maria Celeste, é um problema.
Há outra questão que
eu queria levantar, mas eu não creio que vá ser através do seu Projeto que isso
vá se resolver, até porque isso já está contemplado naquela Resolução do
Ministério das Cidades. A outra questão que eu gostaria de colocar, até em
função da fala da Ver.ª Fernanda, é que, realmente, a gente tem que ter muito
cuidado. O Ver. Todeschini, hoje, colocou em função de um outro assunto, na
reunião de Mesa e Lideranças, que, infelizmente, os políticos têm sido muito
fragilizados, de forma injusta, nesse processo todo.
(Aparte fora do
microfone do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Criminalização da política, exatamente Ver. Todeschini. E a gente não
pode gerar a criminalização também dos médicos, nessa situação dita pela Ver.ª
Fernanda, que é um crime que ocorreu, o não atendimento ou a dificuldade de
atendimento do SAMU. Então, precisamos apontar isso, porque, Ver.ª Fernanda, a
regra não é essa. Nós temos servidores, médicos, muito qualificados. Nós temos
profissionais que, realmente, trabalham por amor à camiseta e que,
efetivamente, dão o melhor de si para o serviço de urgência e emergência,
inclusive auxiliando, muitas vezes, a salvar vidas. Nós tivemos um Projeto que
fala disso, aprovado por esta Casa, sancionado pelo Poder Executivo, e que vai
ser implementado...
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte prossegue a sua manifestação de discussão do
PLL nº 204/09, com Veto Total, a partir deste momento, por cedência de tempo do
Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Com o tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo, termino dizendo que a
questão do Projeto é a questão de multar as pessoas que dão trotes clandestinos
no SAMU, evitando, com isso, deslocamentos desnecessários e que podem
prejudicar o atendimento a outras pessoas. Parabéns aos servidores do SAMU pelo
seu trabalho!
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Mauro Zacher, primeiro eu queria esclarecer que tenho o maior
respeito pelo SAMU – salvaram a vida do meu pai duas vezes. Agora, eu queria
registrar que esse fato, ocorrido no dia 28 de janeiro, foi muito grave, em que
o médico plantonista, de quem não sei o nome, porque ele não quis se
identificar a esta Vereadora, o que também já é um crime. Ele se recusou, disse
que não era correto a SAMU salvar a vida de um morador de rua. Isso é crime
grave; portanto, peço a V. Exa. que façamos um Pedido de Informações ao SAMU,
perguntando quem era o médico plantonista no dia 28 de janeiro, às 15h.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver.ª Fernanda, os Pedidos de Informações são feitos pelos Vereadores;
esta presidência reproduz o Pedido e o encaminha.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Presidente, eu gostaria de pedir verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Maria Celeste. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Dezessete Vereadores presentes. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 18h25min): Encerrada a Ordem do Dia.
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 3764/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/11, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que
determina a criação de docas em pontos estratégicos do Bairro Centro Histórico,
para carregamento e descarregamento de mercadorias.
PROC.
Nº 4034/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/11, de autoria da
Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas, que permite a utilização dos cartões de bilhetagem
eletrônica expedidos pelo Município de Porto Alegre em todos os modais de
transporte público explorados, concedidos, autorizados ou permitidos pelo
Executivo Municipal.
PROC.
Nº 0331/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/12, de autoria do
Ver. Eng. Comassetto, que
denomina Rua Nilza da Silveira o logradouro não cadastrado conhecido como Rua
Sete Mil Cento e Quarenta, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 0337/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/12, que cria 4 (quatro) cargos de provimento
efetivo de Biólogo no Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e dá
outras providências.
PROC.
Nº 0465/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/12, que altera o § 2º e acrescenta § 3º ao
art. 65 da Lei nº 6.310, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores,
dispondo sobre a gratificação de incentivo à produtividade ao servidor que
exerce atividades de lançamento de tributo, arrecadação, execução e controle da
receita, da despesa, de emprego e preparo e pagamento.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0091/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/12, que declara de utilidade pública a Ação
Social da Paróquia de Ipanema (ASPI).
PROC.
Nº 0242/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/12, que altera o inc. XII do art. 1º e o
“caput” do art. 2º da Lei nº 10.951, de 2 de setembro de 2010, que autoriza o
Município de Porto Alegre a alienar ao Departamento Municipal de Água e Esgotos
(DMAE), imóveis próprios municipais.
PROC.
Nº 0350/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/12, de autoria do
Ver. Mauro Pinheiro, que
permite a circulação de táxis nos corredores exclusivos para ônibus, no
Município de Porto Alegre, nos dias úteis, das 7h (sete horas) às 8h (oito
horas), bem como das 18h (dezoito horas) às 19h30min (dezenove horas e trinta
minutos), nas condições que estabelece, e dá outras providências.
PROC.
Nº 0371/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/12, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que concede a Comenda Porto do Sol à
Associação Beneficente Antônio Mendes Filho – ABAMF –, dos Servidores de
Nível Médio da Brigada Militar – SNM/BM.
PROC.
Nº 380/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/12, de autoria do Ver. Waldir Canal,
que concede a Comenda Porto do Sol à Igreja Universal do Reino de Deus – Força
Jovem do Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 0462/12 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/12, de autoria do
Ver. Mauro Zacher, que
inclui art. 57-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dispondo sobre o
comparecimento do prefeito, dos secretários e dos diretores de autarquias,
fundação e empresas públicas em sessões plenárias da Câmara Municipal, com o
fim de prestarem informações sobre matéria de sua competência.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, apenas para registrar que hoje
está na Pauta um Projeto de minha autoria e do Ver. Pedro Ruas que trata
justamente da integração dos modais de transporte coletivo na cidade de Porto
Alegre. Hoje é inadmissível que um trabalhador que tenha muita carga no seu Tri
não possa utilizá-la nos lotações – uma questão que não é inteligente e que,
aliás, mostra a desintegração entre os modais de transporte na cidade de Porto
Alegre –, porque, efetivamente, a passagem do lotação seria descontada no seu
valor, assim como é a do ônibus, cujo valor, aliás, é altíssimo, como sempre,
assim como sempre está acima da inflação.
Então, nós fizemos um
Projeto simples, apenas integrando a bilhetagem eletrônica entre o lotação e o
ônibus, garantindo que o trabalhador, que o estudante, que o usuário possa
utilizar essas duas modalidades com o mesmo Cartão Tri, otimizando a utilização
do transporte coletivo e facilitando a vida para os trabalhadores que, muitas
vezes, não utilizam toda a carga durante o mês e que poderiam ir ao trabalho de
lotação, um transporte mais rápido, mais confortável, não utilizado, muitas
vezes, pelo trabalhador, por essa falta de integração,
É um Projeto
simbólico, módico, e espero que possamos avançar nesse sentido.
Quero aproveitar,
também, para fazer um comentário em relação à fala do Dr. Thiago em relação ao
meu pedido de comparecimento do Presidente Cappellari. Quero dizer do meu
respeito e admiração pelo trabalho do Cappellari, um Diretor-Presidente que
sempre recebe a oposição e situação. Nós discordamos muito em vários temas,
como em relação às tarifas do transporte coletivo – eu e o Pedro Ruas temos
pedido sistematicamente a revogação dos últimos aumentos, da licitação –, mas
nós não podemos deixar de registrar que, bem diferente da gestão anterior, o
Secretário Cappellari sempre recebe todos, independentemente da opinião
política. Muitas vezes, discordamos dele, mas ele é uma pessoa extremamente
receptiva, e eu tenho certeza, Vereadores e Vereadoras, de que ele vai aceitar
vir a esta Casa para esclarecer essa situação na Restinga, porque, afinal, nós
votamos o Projeto em outubro, ele teria que ser executado em 90 dias, mas que,
até agora, não foram executadas ainda as lotações, pelas quais, por tantos
anos, houve luta na nossa Cidade para que elas fossem registradas. Muito
obrigada pela atenção de todos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Presidente Mauro, na
1ª Sessão de discussão preliminar de Pauta, há um Projeto de Lei de minha
autoria, que determina a criação de docas em pontos estratégicos do bairro
Centro Histórico para carregamento e descarregamento de mercadorias.
Em 2003, eu assinei
com o Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta sobre carga e
descarga de mercadorias no bairro Cidade Baixa, e, provavelmente, eu farei
agora, ainda, um adendo, o qual vou anexar aos bairros Centro Histórico, Cidade
Baixa, Bom Fim, Menino Deus e outros bairros, porque é um absurdo que, às
23h30min, no bairro Cidade Baixa, haja descarregamento de caixas de cerveja,
uma batendo em cima da outra, na frente de edifícios. Quando fui Secretário,
meu caro Ver. José, eu prendi, junto com a Brigada Militar, um caminhão de uma
empresa famosa, porque ele trancava toda a Rua Sarmento Leite, batia as caixas
à meia-noite, na frente de um edifício de 11 andares. O Termo de Ajustamento de
Conduta, na época, foi no sentido de que o encerramento das atividades daquela
empresa ocorresse às 19 horas. Eu verifiquei recentemente – disse isso aqui –,
quando fui a Bogotá, que lá, em várias ruas, não entram caminhões; são pequenos
carrinhos elétricos, com poucas caixas, que fazem a distribuição em ruas do
centro. Não tem cabimento ficar um caminhão, da manhã à noite, na frente da
Prefeitura, na rua – aí não aparece a fiscalização –, com caixas e caixas
tomando lugar na calçada, que deveria ser usada para transeuntes, e as caixas
ficam ali.
Não bastasse essa
barbaridade, agora há água mineral em fardos, alguns refrigerantes em fardos,
que são colocados diretamente rente ao chão. Existe coisa mais suja do que uma
calçada ou um leito de rua? Portanto, onde está a vigilância sanitária? Por
isso estamos propondo docas em pontos estratégicos. Somente ali podem
estacionar esses caminhões de carga e descarga. A partir disso, a mercadoria
deve ser deslocada, transportada por equipamentos menores, que a Prefeitura
pode regrar através de uma resolução com base na legislação que pretendo
aprovar.
Nós podemos legislar
sobre questões de Mobilidade Urbana. Eu já tentei fazer algo semelhante e fui
barrado aqui, na Câmara Municipal, a começar pela Procuradoria da Casa. Quero
chamar atenção para o fato de que voltei a estudar a questão. A redação está
feita não só por mim, mas pelo ex-Vereador Décio Aloizio Schauren, que
trabalhou comigo aqui no ano passado. Trabalhamos na legislação, fizemos
consultas a pessoas que dominam essa legislação. Quero dizer que o meu Projeto
é constitucional, e, se necessário for, quero ir à Comissão de Constituição e
Justiça discutir a constitucionalidade do meu Projeto de Lei.
Acho que essa questão
da Mobilidade Urbana, Ver.ª Fernanda Melchionna, é fundamental. Não se dá
espaço para o transeunte, para a bicicleta. Também não sou daqueles que só
fazem discurso a favor da bicicleta; temos que fazer ações concretas. Isso aqui
está sendo uma ação concreta para que as pessoas possam circular no Centro da
Cidade e não terem as calçadas tomadas por caixas.
Outro caso mais
estapafúrdio ocorre atrás do Theatro São Pedro. No Shopping Rua da Praia, há um
mercado chamado Nacional, cuja calçada está toda detonada, detonadíssima!
No meu edifício, em
que foi feita uma reforma e consertada a calçada, todos os 26 moradores
receberam uma notificação da Prefeitura, apartamento por apartamento, o que é
um absurdo, pois deveria ter sido enviada ao condomínio. Mas estávamos mais do
que corretos. Estamos com o edifício nos trinques; agora, não se faz nada
contra a Walmart, que é, de fato, a proprietária do Nacional. Por que um
tratamento para o povo e outro tratamento para uma multinacional? Assim se
conhece um Governo.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Mauro
Zacher, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, eu quero aproveitar um Projeto
do Ver. Engenheiro Comassetto, que trata de denominar Rua Nilza da Silveira o
logradouro não cadastrado, conhecido como Rua Sete Mil Cento e Quarenta,
localizado no bairro Restinga.
Ver. Comassetto, eu
gostaria até de lhe dar um aparte, desde já, questionando se lá, nessa Rua, já
existem residências. Se há residências, é óbvio que esses imóveis todos já têm
matrículas, e, nas matrículas desses imóveis, ainda que nós venhamos a aprovar
aqui o novo nome para aquele logradouro, vai permanecer o endereço Rua Sete Mil
Cento e Quarenta. Para resolver a questão, os proprietários terão que ir,
individualmente, ao Registro de Imóveis competente, pagar uma taxa e pedir a
alteração. Se lá nós temos um prédio de condomínio, cada unidade habitacional
terá que fazer, individualmente, essa solicitação, e todos terão que pagar uma
taxa. Eu faço toda essa explanação, porque nós estamos com um problema muito
sério aqui, na Casa, e eu tenho dito que tanto o Executivo como o Legislativo,
se permanecerem com esse comportamento, estarão a serviço dos registradores de
imóveis, porque, veja bem: é de competência desta Casa, sim, dar nomes aos
logradouros públicos; agora, com a má vontade dos registradores de imóveis e de
certos departamentos e Secretarias do Município, nós estamos trabalhando a
serviço dos registradores.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, muito obrigado
pelo aparte. Venho aqui, a seu convite, para dizer que essa Rua é no bairro
Restinga, mais precisamente na 5ª Unidade, que foi construído, inclusive, pelo
Poder Público; então há, sim, habitação em toda ela.
E eu gostaria já de
dar continuidade aqui, dizendo que tem o apoio integral o seu Projeto, que não
tem a mesma compreensão do Executivo. O seu Projeto determina que o Executivo
trabalhe em sintonia com os cartórios, para que, no momento em que for mudado o
nome de rua, já oficialize os cartórios, e os cartórios façam todas as
matrículas, a partir daí expedidas, com o nome da rua oficial, e não com o nome
da rua antiga.
Então, isso se torna
um problema para a Cidade, e um problema de ordem legal. O seu Projeto tem o
apoio, inclusive, da nossa Bancada.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito bem. Eu
só aproveitei para fazer essa provocação, no bom sentido, para sinalizar o
problema que, mais uma vez, nós temos aqui em Porto Alegre. Enquanto nós
estamos dando nome de rua, ou mudando os nomes das ruas, as unidades lá
construídas com matrículas abertas... Enquanto os particulares, depois, não
forem fazer essa alteração, individualmente, vai permanecer lá o primeiro nome.
Vou citar um exemplo: o nome da Av. Fábio Araújo Santos, no bairro Teresópolis,
no condomínio Cidade Jardim, com mais de 800 unidades habitacionais – são dois
condomínios, mais outras residências –, foi dado, na oportunidade, quando o
Prefeito era Guilherme Socias Villela. O primeiro nome dessa Avenida era Rua
Projetada. Todas as matrículas dos imóveis dessa rua têm como endereço Rua
Projetada, um endereço que não existe mais.
Então, vejam os
senhores a gravidade do problema que nós, querendo ou não, ao longo dos anos,
estamos colaborando para que assim permaneça. Por isso faço um apelo para ao
nosso Projeto, Presidente desta Casa, Ver. Mauro Zacher.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, além do Projeto já referido aqui
pelo meu colega Ver. Bernardino Vendruscolo, em que estamos propondo ajudar
qualificar uma região da Cidade, que é denominar um conjunto de ruas, a pedido
dos seus moradores, eu quero me referir ao debate que o Projeto da Ver.ª
Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas remete, que busca a questão da
oficialização da integração da bilhetagem eletrônica com os ônibus. E esse
debate é importante, no meu ponto de vista. Essa matéria nós já discutimos
aqui, bem pouco tempo atrás, quando aprovamos a lei dos lotações, em que ficou
definido que, dentro de um ano, o Poder Executivo Municipal deveria apresentar
um projeto de ampliação das redes de lotações e o Projeto da integração da
bilhetagem eletrônica. Então, eu aproveito, sim, este ensejo apresentado pelos
colegas Vereadores, inclusive para cobrar aqui, com os demais Vereadores, o
Projeto dos lotações.
Conversei, ainda
hoje, com o Secretário Cappellari, para saber quando sairá o edital dos
lotações da Restinga. E ele anunciou que, até o dia 15 de abril, sai.
Inicialmente, era para fevereiro; depois ficou para março, e sei muito bem a
disposição do Secretário em implementar esse trabalho, mas nós, Vereadores,
temos que ficar atentos a esse tema, porque ele não é tão fácil assim de ser
implantado, inclusive há as possibilidades de contradições jurídicas nesse
processo de licitação.
O sistema de
transporte público de Porto Alegre, ou o tema da mobilidade urbana, é um tema
presente, latente. Porto Alegre precisa ter um olhar superior ao que nós temos
hoje. Não dá para tratar só um modal, sem pensarmos em um Projeto que tenha a
sua integração. E esse debate tem que ser feito desde agora, porque, se nós
vamos construir um metrô, nós estamos defendendo que o aeromóvel vá para a Zona
Sul, bem como o sistema hidroviário, que os lotações sejam expandidos para os
bairros que não os têm, e esse desenho tem que ser um desenho único, que se
complemente, um desenho integrado. E aqui, Ver. João Pancinha, V. Exa., que
coordenou a Carris até poucos dias, sabe da pressão que as comunidades têm em
direção à Carris para implantar as novas linhas. Inclusive tínhamos combinado
de implantar lá o T-13, que fosse lá na Restinga, naquela transversalidade.
Vamos continuar fazendo esse debate, porque necessitamos outros transversais do
transporte público municipal.
O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Comassetto, eu queria
acrescentar ao seu pronunciamento a evolução do nosso transporte hidroviário,
porque estão sendo feitos estudos pela Catsul, novamente, para que ele comece a
ser implantado, nos próximos meses, nas ilhas do Guaíba, em especial na Ilha da
Pintada, e junto ao BarraShoppingSul. Seriam os dois próximos locais.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Dr. Raul,
sobre o transporte hidroviário, é necessário. Agora, já vejo que a proposta
inicial que eles estão apresentando, sob o nosso ponto de vista, é insuficiente
com os potenciais que a Cidade apresenta. É insuficiente no sentido Sul. Até o BarraShoppingSul, é um ponto, é uma
âncora, é verdade, mas nós temos que levá-lo até Ipanema, Serraria, Belém Novo,
Lami. Se não for de passageiros, num primeiro momento, que sejam linhas
turísticas. Imaginem, aqui, Ver. Adeli, ter um transporte de turismo para
Ipanema, que possa se pegar o barco aqui, almoçar em Ipanema e poder retornar
ao trabalho. Num tema turístico, isso movimenta as comunidades. E nós temos que
oferecer sempre, no planejamento, que o Centro e bairros sejam fortalecidos
para que aquelas comunidades tenham atividades lá nos seus bairros, para que
não precisem se deslocar pela Cidade. Assim como outros colegas Vereadores, eu
registro que, desde 2005, quando entramos aqui, aprovamos recursos para que a
SMIC fizesse os estudos do trapiche lá em Ipanema, no Lami; depois, o Ver.
Thiago apresentou outras Emendas, e assim por diante. Esses estudos ainda não
vieram na sua totalidade. Muito obrigado e um grande abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, não irei discutir hoje o assunto que foi abordado
pelo Ver. Comassetto, porque ele está na sua primeira discussão de Pauta. Eu
terei oportunidade de discuti-lo na quarta-feira. Inversamente, o Projeto do
Ver. Mauro Pinheiro está cumprindo o seu segundo e último dia de Pauta.
O Projeto diz
respeito também à mobilidade urbana: permite a circulação de táxis nos
corredores exclusivos para ônibus, no Município de Porto Alegre, nos dias
úteis, das 7h às 8h, bem como das 18h às 19h30min, nas condições que
estabelece, e dá outras providências.
Ora, de início, se
tem que dizer que o Projeto deveria propor que se retirasse a expressão
“corredores exclusivos de ônibus”. Se outro modal vai ali transitar, não é mais
exclusivo!
Em segundo lugar, que
se tirasse a expressão “ônibus”, porque aí é um corredor geral, um corredor de
transportes.
Ora, sinceramente, eu
lamento que o Ver. Mauro Pinheiro não esteja presente, mas a ideia do Vereador
é a de enfrentar o conjunto de dificuldades que é o trânsito de Porto Alegre
nesse horário, fato esse que não é privilégio da nossa Cidade – em todos os
lugares, no horário de pico, o transporte, em geral, é complicado. E essa
ideia, no meu modo de entender, já nasce pecando pela base. Propõe que, por 90
dias, se faça uma experiência. Acho que, em nove dias, nós teríamos mais do que
comprovado aquilo que a Secretaria Municipal de Transportes e a Empresa
Porto-Alegrense de Transporte e Circulação já comprovou: é inviável!
Os senhores imaginem
a autorização para que o táxi possa reduzir a marcha para que a pessoa
visualize, de dentro do corredor, o número do lugar que pretende atingir na
área para onde se dirige. O que ocorrerá com o ônibus que vem atrás, quando
houver essa redução na marcha? O ônibus não reduz a marcha com a rapidez que
seria desejável nessa hora porque é um veículo mais forte, etc. e tal, e dez ou
20 metros que ele demore é o suficiente para uma abalroada na traseira do táxi
e para situações as mais desagradáveis possíveis.
Quero, com toda a
sinceridade, dizer que tenho pelo Mauro um apreço muito especial por razões
conhecidas; a família dele se vincula com a minha, mas este Projeto do Mauro
está errado até na sua concepção, e, portanto, nós teríamos que trabalhar em
cima disso e não deixar prosperar essa ideia que já está sendo repelida pela
Cidade.
Se é verdade que, no
corredor da Carlos Gomes, as pessoas olham até com inveja, nesse horário, quem
é que vai querer um táxi no corredor da Assis Brasil, às 18h, por exemplo?
Pobre do táxi, vai ser amassado no meio dos ônibus! E vai demorar muito mais do
que se ele estivesse fora do corredor.
O Sr. João Pancinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu venho me somar à sua manifestação,
novamente. Em 2009, andei conversando com a EPTC, com o Sintáxi, com o
Sinditáxi e, realmente, não prospera; os nossos corredores não são projetados
para esse tipo de demanda. Além do argumento que V. Exa. traz, do táxi, quando
está no corredor ao voltar para a via, mostra que isso está fadado a provocar
acidentes. Então, acompanho V. Exa. no seu pronunciamento, e, lamentavelmente,
teremos que discutir um pouco mais essa questão, mas este Projeto não pode
prosperar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Muito obrigado pelo
aparte de Vossa Excelência. Os transtornos serão os mais diversos. Já estou
anunciando que pretendo me aprofundar neste Projeto, demonstrar todas as suas...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h49min.)
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